quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Na primeira vez pela busca do tal veneno anti-monotonia. Na segunda pra sentir mais uma vez aquele misto de prazer e medo. Na última pra ser pega. Foi uma cena deplorável. Filhas das famílias mais tradicionais e influentes da cidade, bem nascidas, muito bem criadas e numa situação tão ridícula. Colocamos em jogo tudo que nos era oferecido, o orgulho de nossos pais, nossa reputação e honra por roubar canetas. Minha mãe disse sentir vergonha de mim, quis me levar num psicólogo e me tomou o celular. Algumas das outras meninas eu não consigo mais encarar, mesmo depois de quase cinco anos. E a sociedade [quem se importa ?] só vai saber disso porque estou contando. Eu, não minto, me senti um lixo ... nunca errei tão feio, nunca me afoguei raso assim. Mas esse não é maior arrependimento. Nada é mais deplorável [adorei a palavra] do que ser pega por minhas próprias câmeras e entender, sozinha, o que eu sempre escondi de mim. Nada dói mais do que ter entregue pedaços do que havia de mais meu, minha força e minha alma, no propósito único de fazer bem e feliz quem nunca será. Lavo minha honra, estendo como bandeira, aponto pra fé e sigo remando [creio que eu vi uma luz]. Meu horizonte hoje mudou de cor.

3 comentários:

Victor Moraes, disse...

não mais tua alma. é tua Lama!
Eis todo espírito revolucionário de Pagu em forma de texto!
eis ai a bruta flor.
Escolheu as palavras perfeitas pra sentimentos imperfeitos!
Orgulho de ti Le Fey !

Amanda Silveira disse...

HE-HE

você me entende?

Raisa Bastos y Rodrigues disse...

É a bruta flor do não-querer.
E imperfeições não me cabem mais
... amo-te, Pendragon.

E como entendo.
'He-He' SEMPRE!

Lilith

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25 anos de sol em leão. queria voltar ao tempo em que era cool escrever letra de música no perfil / cozinha, escreve, pratica boxe e é jornalista nas horas vagas / acha que "transtornada" é um nome muito bacana para quem tem TDAH, eu tenho.