segunda-feira, 14 de março de 2011



gravei tua voz no meu tímpano
vez em quando labirinto
faço que sinto, vez em quando minto
vinho tinto, amor rosé
você
vez em quando instinto




/Martha Medeiros

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sexta-feira, 11 de março de 2011

in par

paro em pares de olhos que passam nos meus. colo em corpos celestes o brilho que colho dos pares de olhos que param os meus. param meus olhos e corpo os pares de pernas que ainda se movem enquanto eu me recolho. reuno em movimento e brilho as pernas que se fazem mãos, as mãos que se movem bocas e as bocas que se abrem peitos se meu próprio peito recolhe inteiros o que eu experimento partes. parte de mim meu par de olhos, orbita o movimento e brilho de outros corpos. não habitam a minha boca os meus olhos, não habita em minhas mãos o meu peito. espreito, espero, desligo desejos. deslizo desejos. desejo pares de olhos, passos de pernas, posse de corpos, passes de mágica. magia de peito é fazer de parte, um inteiro. amalgama de parte não é inteiro, é parte. mal de alma é ser tudo. sorte do meu peito é caber um mundo. sorte do mundo é que eu não caibo em mim.


cabe num ser imenso quase
tudo, exceto o vazio


Lilith

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25 anos de sol em leão. queria voltar ao tempo em que era cool escrever letra de música no perfil / cozinha, escreve, pratica boxe e é jornalista nas horas vagas / acha que "transtornada" é um nome muito bacana para quem tem TDAH, eu tenho.