quarta-feira, 22 de julho de 2009



o pôr-do-sol vai renovar,
brilhar de novo o seu sorriso
{...}
deixa tudo em forma, é melhor não ser
não tem mais perigo. digo, já nem sei
ela está comigo. digo, só não sei

o Sol não advinha.

~

sábado, 18 de julho de 2009

de ontem em diante

O destino cortou os laços com meu pulso firme e todas as coisas apenas saíram do meu controle. Assim, sem aviso. Deliciosamente sem aviso. Incipiente em minha própria vida, percebo uma textura nova em tudo que olho - e não via - há anos. Claro, sempre há o medo, o susto, a ânsia (e, honestamente, agradeço). Se ainda congelo diante de certas esquinas, é apenas porque arquitetei minhas ruas de modo que meus passos fossem fluidos e certos, e eu conhecia cada palmo de minhas plantas. Se meu peito ainda aperta em desconfiança e torpor a cada vida que brota pelos canteiros que passo, não é só pelos espinhos. Me rasgo inteira porque, eu sei, tudo há de vir e eu não sei como. Então me reservo o prazer de me lançar em trilhas sem fins expedicionários. Hoje eu decidi que quero ir vendo, sem catalogar pessoas, sem definir sentmentos, sem diferenciar rosas de baobás.


eu já não sei pra onde mesmo que vou,
mas vou até o fim.
{...}

sexta-feira, 3 de julho de 2009

parece dezembro.

' Quando se for esse fim de som, doida canção que não fui eu que fiz [...] eu prometo estancar o mundo e seguir o tempo, a canção, a valsa triste, a onda do mar, o meu coração. Reservo para o amanhã a escolha das promessas, a seleção das mal traçadas linhas que eu supus indefectíveis, amanhã meu único compromisso será o de arrumar meus armários e decidir, tardiamente, o que levo este ano e não mais permito que me abandone. É tanto a recaptular que este epílogo mais se aproxima das páginas explicativas, o fim de um livro que não acaba, o dezembro de um ano dourado. Se ao meu lado ele já não nada, eu só posso riscar no meu braço o mar infinito em que me encontro e criar outra recordação do lugar em que acordei pra ver o céu pela primeira vez.


parenteses.

há o dia em que se arranha o disco; quando as músicas já não (me) tocam, as vozes são só ecos secos de (não) se ouvir e os parenteses se abrem sem fechar: abrem-se para a vastidão dos sentidos, pra imensidão do que se pode entender (ou não). e eu fico aqui tentando fazer sentido - cançando madrugadas figuradas, caminhando em busca de sonhos loucos, na contra-mão do que realizo. é a premissa do desespero, exercício do desapego. há o dia em que é só você e paredes brancas. e seus olhos fitarão por hora a natureza morta. até que morra enfim suas raízes à realidade, até que se eleve então sua fé cega, sua visão de raio x (vai saber). quanto a mim, sou um ser rasteiro e involuto. neológica, fato. mas sem criatividade pra novos discos. sem vontade também.

~

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Publicar Postagem.

Um mês de expressivo silêncio - me dei esse direito. Não como quem escolhe, longe disso, eu apenas não encontrei as palavras certas, fui escrevendo e deletando o que me remetia a antigos vacilos. Eu apenas soube, cheia das vãs certezas, que não havia muito por dizer. Ainda não há. Porém, é como se limitassem a quantidade do oxigênio a qual tenho acesso dia após dia - e eu nem ao menos sei como se mede o respirar. Em verdade, não entendo de medidas. E, sobre aquelas que convivo (litros e quilos e metros e horas), ainda não vejo nelas utilidades práticas se o assunto sou eu. O que eu quero agora? Em qual escala eu peço? A quem eu imploro, hein? A quem eu vou recorrer toda vez que me disserem 'ei, garota, é só isso... nada além''? Quantos degraus eu subo e em que porta eu bato pra reclamar sempre que eu senti que eu mereço mais? Quanto, afinal, eu mereço e por que não me entregam fácil, de bandeija? Por que eu não cedo? Por hoje, passei da cota. Quero chorar rios, abraços [e]ternos e um colo imenso - sem cálculo, sem algebra. Eu quero falar um mês inteiro, todos os dias, ainda que seja em vão. Eu quero ser. O amor é, lembra?

~

Lilith

Minha foto
25 anos de sol em leão. queria voltar ao tempo em que era cool escrever letra de música no perfil / cozinha, escreve, pratica boxe e é jornalista nas horas vagas / acha que "transtornada" é um nome muito bacana para quem tem TDAH, eu tenho.