sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

guizo de número dois: espero

espero estrelinhas fitas de cetim. estrelinhas que cerquem o há de meu solto por aí e arremate. espero estrelinhas saco, pacote de pensamentos. estrelinhas zíper, estrelinhas mil botões, estrelinhas fecho a vácuo. espero estrelinhas linha e uma lua acicular que se deitem em meu colo e me permitam, com mãos firmes, costurar minha sombra aos meus pés. eu espero estrelinhas ímas de geladeira e um céu placa-imantada que me sugue, enfim.

{...} me laça a alma, me leva embora'
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sábado, 16 de janeiro de 2010

guizo de número um: hipnopedia cantante

/ alguma estrelas (as de riso mais claro, frouxo e aberto) apenas velaram meu sono com algumas canções. e, no outro dia, ao acordar eu tinha o gosto de certas melodias e a idéia fixa que alguns versos passam. e eu saía vivendo o que ditavam tais letras, sem sabê-las ao certo. foi assim, por exemplo, que recolhi junto ao tempo fragmentos de sol e colei-os de volta dentro em mim. encontro, prematuramente, a música-matriz que me deixa as pistas para a próxima busca e um medo imenso de não viver essa lembrança-quase-sonho de olhinhos abertos. Ei-la:

preciso não dormir até se consumar um tempo da gente. preciso conduzir um tempo de te amar, te amando devagar e urgentemente. pretendo descobrir, no último momento, um tempo que refaz o que desfez, que recolhe todo o sentimento e bota no corpo uma outra vez. prometo te querer até o amor cair doente, doente... prefiro, então, partir a tempo de puder a gente se desvencilhar da gente. depois de te perder, te encontro com certeza – talvez no tempo da delicadeza, onde não diremos nada, nada aconteceu. apenas seguirei com encantado ao lado teu'

sempre, Chico Buarque.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

ouvindo a via láctea

se ao príncipio era o verbo, silêncio é só o que resta mais a tardinha. quando um sentimento imenso se põe revelando a noite clara - isso quando se esperava bréu - e um sem fim de sentimentos brotam num céu de outro tom, tudo o que se quer dizer são estrelas. em gênero, número e grau. e quando a isso se unem o barulho da água, da onda, do sal passando a ser areia e as luzes de uma cidade que comemora o fim - porque o começo é aposta que não se faz - não há como escolher, entre tantos sons e cores emaranhadas como fios que se soltam dos carreteis, com qual se vestir, qual exibir nesse desfile a céu aberto. então fico nua... e calada. apenas aprecio a orquestra distoante sem me aventurar a maestrá-la, eu enrolo minha língua e os dedos e não exponho nada que sinto porque, se eu já sinto tanto, se eu já não sei quanto é isso que sinto, por que dizê-lo? porém há tempo pra tudo debaixo do céu. e hoje, que a Terra já deu voltas e voltas, hoje que já não vejo o mar, desejo o sol - esse sentimento tão imenso - ressurja em nova luz, em novos tons e eu que muito estudei as estrelas posso agora transpôr os risos que a mim chegaram mais claros. e se por vezes eu me contradizer, por favor, entenda. é que são loucas todas essas luzes, essas cores e eu.

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sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Libação

Diante do impossível, inspirar-se.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

qualquer dois mil e dez

e esse ano não vai ser igual aquele que passou.
- passou

Lilith

Minha foto
25 anos de sol em leão. queria voltar ao tempo em que era cool escrever letra de música no perfil / cozinha, escreve, pratica boxe e é jornalista nas horas vagas / acha que "transtornada" é um nome muito bacana para quem tem TDAH, eu tenho.