quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

ouvindo a via láctea

se ao príncipio era o verbo, silêncio é só o que resta mais a tardinha. quando um sentimento imenso se põe revelando a noite clara - isso quando se esperava bréu - e um sem fim de sentimentos brotam num céu de outro tom, tudo o que se quer dizer são estrelas. em gênero, número e grau. e quando a isso se unem o barulho da água, da onda, do sal passando a ser areia e as luzes de uma cidade que comemora o fim - porque o começo é aposta que não se faz - não há como escolher, entre tantos sons e cores emaranhadas como fios que se soltam dos carreteis, com qual se vestir, qual exibir nesse desfile a céu aberto. então fico nua... e calada. apenas aprecio a orquestra distoante sem me aventurar a maestrá-la, eu enrolo minha língua e os dedos e não exponho nada que sinto porque, se eu já sinto tanto, se eu já não sei quanto é isso que sinto, por que dizê-lo? porém há tempo pra tudo debaixo do céu. e hoje, que a Terra já deu voltas e voltas, hoje que já não vejo o mar, desejo o sol - esse sentimento tão imenso - ressurja em nova luz, em novos tons e eu que muito estudei as estrelas posso agora transpôr os risos que a mim chegaram mais claros. e se por vezes eu me contradizer, por favor, entenda. é que são loucas todas essas luzes, essas cores e eu.

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Lilith

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25 anos de sol em leão. queria voltar ao tempo em que era cool escrever letra de música no perfil / cozinha, escreve, pratica boxe e é jornalista nas horas vagas / acha que "transtornada" é um nome muito bacana para quem tem TDAH, eu tenho.