quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

o que é que há?

- alguém me avisou pra pisar nesse chão devagarinho'
       
       
       
Mas eu nunca fiz o tipo que acata conselhos, vocês sabem. Certo é que sempre pareci um tanto quanto obediente nessa minha rebeldia. É que eu tenho o péssimo hábito de adaptar normas até que estas compactuem com as minhas inclinações; eu não as quebro. Ou talvez sejam dois os meus vícios incorrigíveis, porque é também chata essa minha mania de inclinar pro lado oposto - eis que o vento sopra à noroeste, lá vai Raisa bem ao sul! É por isso que nunca pisei verdadeiramente forte nesse chão, tampouco corri léguas a passos rápidos, eu caminho com leveza. Mas, se minhas pegadas fossem lidas, encontraria-se lá um recado claro e explicito ao que piso - nada sobre pra onde vou, eu ainda não sei. Há ainda um terceiro hábito, vício, mania chata ... eu não lido bem com críticas. Me fragilizam, sabe? E eu não sei lidar com a minha fraqueza. Pra ser franca, eu forjo um escudo sempre que me apontam um erro, monto meu sorriso 'é, tens razão' ou então morro me afirmando. Ao contrário do que meu estandarte grita, eu sou um pouco insegura. Abusando outra vez da franqueza, 'um pouco' na minha escala aproxima-se bastante do zero absoluto. Mas é o bastante pra me fazer pensar, no meio da madrugada e sozinha, que há alguém mais interessante que eu. Não um 'há' de haver por aí, porque este mundo não tem me interessado muito ... eu falo de uma coordenada geográfica em especial. Não que eu seja ciumenta, longe disso, é que ainda há outra coisa sobre mim: eu sou egoísta, eu gosto do meu maço de cigarros intacto pra quando eu quiser fumar. Taí uma coisa que eu não esperava, essa necessidade de nicotina sem nunca tê-la experimentado. Será possível viciar-se no desconhecido? Pára, releiam 'desconhecido', continuem porque eu volto ao ponto de origem: esse chão des-conhecido - o que me trás a idéia de 'conheço, mas esqueci' [pro chão, não pros cigarros]. Well. Antes de publicar, eu sempre releio meus textos ... enxugo ou acrescento, as vezes me orgulho até. Mas este de hoje é um filho pródigo que ainda não retornou, sinto com se as plavras saíssem meio trópegas, sem minha autorização. Vai ver, Victor tenha razão três vezes: eu preciso descarregar isso em doses de até 140 caracteres, eu preciso do resultado da UFBA, eu preciso dormir.


       
       
       
       

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Conversa de Botas Batidas.

- sabe quando você quer fechar os olhos e viver um mesmo dia o resto da vida?

Eu sei. Eu queria respirar o ar de ontem hoje, amanhã e além. Eu queria - hoje, amanhã e além - sentir como se me faltasse o ar, como se isto fosse dispensável - meramente dispensavel, como farinha. Desejo que, em qualquer caminho que eu ande, me persiga esse vento, esse cheiro e que os meus pés não toquem no chão, porque ontem eu voava. E o dia, então, podia seguir assim até que estivessemos todos bem velhos comemorando a aprovação da faculdade a qual não fomos, porque estavamos muito ocupados na ânsia de ser feliz. O que é ser qualquer coisa perto do dom de ser feliz? Não sei.


~

domingo, 25 de janeiro de 2009

wtf.

cala essa boca[,] maldita[,] Rita Lee.
    
    
        
There, running my hands through her hair,
both of us thinking how good it can be!
Someone is speakink
but she doesn't know he's there.
    
Knowing that love is tho share,
each one believing love never dies.
Wachting her and hoping I'm always there.
    
I love you pra chuchu.
    
    
    
(?)
    
    

não dá, não vai dar II

-

Está no meu querer
poder fazer você desabar do salto.
Nem tente
manter as coisas como estão
porque não dá,
não vai dar.
Quadrada, demente,
a melodia do meu samba
põe você no lugar.

Me larga, não enche!
ME DEIXA CANTAR.


~

gomos de fruta cítrica

- Dê me um cigarro; não sei qual gramática o diz, apenas repito o jargão. A mim hoje bastariam dois clichês e um cigarro. Seria a felicidade plena: um monte daqueles, um maço destes. Porém eu não sei tragar o óbvio, eu não aturo fumaça. O mundo abre-se convidativo - meu corpo sem chaves, uma porta nua. Se fecho os olhos, revivo cenas de antes ... na sua mão, o cigarro ainda brasil é um brinde; as palavras nos naufragam, inundam, transbordam; o gosto em minha boca é de brindar, é teu. Nada disso nunca aconteceu. Certeza eu tenho apenas da ausência, já não sei - entre tudo que lembro - o que são lúcidas memórias, edições com adição de sonhos ou só sonhos. É também concreta a aflição, o peito diminuindo ao passo que os minutos passam e o dia finda. Na mais ternas das linhas, eu tropecei. Sou péssima com fórmulas, lido mal com metais e com o amor. E ainda espero aquela resposta, você finge cruelmente saber das horas, da entrega, dos sorrisos. Eu queria um sorriso solto e uma mão me segurando a alma. Quero sim viver dessa entrega toda e qualquer hora minha, sem calcular o tempo, sem remontar as dores. Hoje não. Talvez hoje só me faça feliz enrolar o mundo em papel de seda, sentar sozinha em minha varanda, ouvir as canções que o vento carrega léguas só pra que eu ouça e ver como a fumaça ascende às estrelas. Pegue um cigarro, acende, repete meu sonho pra mim.
      
      
      
É tão triste sentir o seu verso esdrúxulo,
não mais idílico,

laços evitando em serem nós [...]
É tão triste sentir tua língua revelando outras línguagens,
o seu peso não afastando os meus pesares,
tatos não mais como tatuagem.
      
você, estrangeiro em mim.
      
      
      

sábado, 24 de janeiro de 2009

Um dia branco

de nuvens negras - porque as coisas todas não têm obrigação de ser como em sonhos. O dia que nasce não tem de ser lindo, mesmo que ainda o seja quando a noitinha desce. Agora, enquanto a lua nova se despede em brilho e luz, eu só peço que haja um deus; uma mão suprema, uma câmera, eu peço uma panarômica celestial. Quando meu corpo for só casco, vaso vazio, eu quero sentar numa nuvem branca e segurar este céu nas mãos, eu quero poder pintá-lo nessas cores outra vez, quero lembrá-las. Talvez eu o salpique de estrelas e risos quando já não me completarem o canto e as asas de um passarinho. Quando eu já não me sentir plena num vôo, só então eu quero mergulhar. Quando o sol nascer eu quero estar envolta em mar e só então eu saberei que cor eles têm. Pés no chão firme, sei apenas a cor deste novo dia.
       
       


bom dia.
       
       
       

é muita luz.

       
       

- e o que te preenche tanto ao ponto de amor e paixão ficarem de lado?
- amor e paixão já me preenchem tanto.
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O amor é simples. E tão somente é. Ainda que algo em mim queira formar um lar no céu que ainda vôo, é a minha liberdade quem vos fala. Há um alguém crescendo, abrindo-se em uma luta diante de mim. E é bela a sua causa; impetuosa, idealizada demais - logo, vazia. As palavras gastas escorrem na tentativa vã de me tentar, de provar meu gosto. De provar pra mim que eu sou um santuário, um reduto, um mar a conquistar. Eu não sou. E a luta maior é tola, já está ganha e entregue: eu não vou me entregar. Você diz que eu me escondo e me privo, que o amor me segue, me fareja, me acha, me guia. Não acha. Já guia. Por todos os caminhos que o amor vir me buscar, eu serei rastro e sombra. Sou um corpo solto na maré cheia, e tudo que ainda me busca já me adentrou pelos poros, me afogou. Não que eu me negue, não há privação alguma: eu vivo de amor. O como, bebo, respiro. O amor me mastiga, se enxarca de mim. E só quando olhar pra dentro de si, só assim me econtrará e há de saber que não me sobra espaço pra outro , não há em mim castelos sem rei. Eu te convidaria pra se sentar e tomar um café se houvesse um espaço no meu sofá. Eu assistira àquele filme abraçadinha contigo se eu já não tivesse decorado as falas, se eu ainda sentisse medo ou frio. Eu te beijaria se o meu coração aberto pudesse ser sua casa. Mas entenda, menino, eu não serei seu lar noite alguma. E, talvez, eu só seja dele por nunca ser de ninguém.

       
       
       




       
       
¹. Isto não é uma declaração.
². Perdão, Th., publiquei as suas declarações.

      
       

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Prosa de Duas Faces

Eu desaprendi a escrever, só sei sonhar. Fecho os olhos, pouso levemente os dedos sobre as teclas e o que surgir estará à léguas do materia e tangível, sendo tão somente digressão lírica. E é bonito isso. Porém já sinto em meus ombros a pressão da minha bolsa de aspirações; lotou, pesou, cansei. Nos últimos quilomentros, revisito doidamente o que em mim diz ser melhor arrastar meus sonhos mundo afora. Hesito porque temo que se parta uma correia, que se rompa o tecido e que meus desenhos astrais , uma vez soltos, aprisionem seres por aí. São tolos, bobos, irresponsáveis e se a mim endoidecem, o que fariam com as paredes lá fora? Torcem o ar, fazem ventar as grades e derretem o fogo. O que me assuta é a mania besta que eles têm de me fitar com dentes risonhos estampados na face, como se dissesem: vem, Raisa, vem conosco ser gauche na vida. Ai de mim nessa rendição eterna. Hoje, porém, finco corpo e alma nos lençois ... abro mão dos meus sonhos em troca de escrever em paz.
       
       
       

E esse negócio de alma na lama é profundo
... é o 'tete-no-tete' ...
Debaixo da Lua, da noite, do Sol, da manhã, da bomba atômica:
eu só quero um amor e um lençol
E O MUNDO PODE ACABAR.
       
       
       
       

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

não dá, não vai dar.

-

Você não entende nada
e eu não vou te fazer entender.
Me encara - de frente!
É que você nunca quis ver
(nem vai querer, nem vai ver)
meu lado, meu jeito.
O que eu herdei de minha gente
e nunca posso perder.

Me larga, não enche!
ME DEIXA VIVER.

-

ah, me faz pensar:

              
       
EU DEVERIA PARAR DE BEBER
porque eu não estou fazendo bem a quem me ama.
Devia me converter ao induísmo
- comida vegetariana, mantras e krishna -
Ai.
Aonde foi parar aquela menina?
              
       
       
       
       

sinceramente,




Quando eu me tornei isso? ... uma mulherzinha ... Em que parte dessa estrada eu permiti que a insegurança vã lançasse à lama tudo que eu tanto prezo? Foi tão difícil caminhar até aqui e te fazer voltar a andar comigo ... como eu posso ter parado? Foi tão bom te fazer desistir das calúnias - de ouvir e proferí-las - e agora eu te abro um defeito, um motivo pra terminar. E a gente nem começou. Sem [mais] dramas, a culpa é toda* minha e eu faço qualquer coisa pra ter você outra vez.

eu não digo mais n a d a.



*tooooda, não. você podia provar que me ama uma vez por dia :)

domingo, 18 de janeiro de 2009

Escândalo.

Hoje eu só queria morrer em paz. Deitar e deixar que o sono invadisse minha alma até que a vontade que eu tenho de dormir fosse maior do que qualquer suspiro, qualquer necessidade de sentir, qualquer ânsia de vômito. Em definitivo, eu queria ter coragem de morrer. Ou de viver. É que o meio termo não vale. Me angustia o morno, me irrita o 'quase ser'. Eu queria mesmo que qualquer coisa que sinto me tomasse o peito e que fosse tão somente amor ou ódio; aprendo, então, que vontades díspares não equilibram-se nunca. Ou, talvez, um dia. Quando for da vontade, do desejo, do ideal e - antes de tudo - do orgulho. Porque é mesmo o orgulho que me tapa o nariz e a boca, e os olhos. Porque é mesmo o amor que não me deixa respirar. E, se houvesse qualquer vestigio de brio, eu - quizas - tapasse em você somente os ouvidos pra que não houvesse um mundo lá fora querendo te fazer não-meu, pra que não houvesse você ouvindo. Pra que não houvesse você por completo, eu daria um mundo - ah, daria. Porque é por você que eu esqueço tudo quanto aprendi, que jogo todas minhas pedras no mato e me desapego do que a mim sempre foi essencial: EU. É por você que esqueço quem somos nós e do tempo que deixamos de sê-lo. E só por você que o mundo parece completo, como se as minhas memórias de nós fossem auto-suficientes. Hoje, porém, lembro de todas as coisas. Hoje, então, eu queria dizer que te amo ... apesar de todas as coisas, além de todas as coisas ... eu te amo.
 
  
 
 
 
 
 
O que é que você quer mais? Eu já arranhei minha
garganta toda atrás de alguma paz. Agora nada de machado e sândalo.
Você quem traz o escândalo [...]
Rompe a manhã da luz em fúria a arder.
Dou gargalhada, dou dentada na maçã da luxúria ... pra quê?
Se ninguém tem dó, ninguém entende nada.
O grande escândalo sou eu; aqui; só.
Eu marquei demais, tô sabendo.
Aprontei demais, só vendo.
Mas agora faz um frio aqui. Me responda ... Tô sofrendo.

 
    
 
P.S.: Eu nunca soube implorar.
 
    

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

ai ai.

       
       
       
Sentadinha à beira-mar, seria tolice imperdoável ansiar por terra firme. No balanço de uma rede, ao sabor da brisa leve, seria tolice imperdoável ansiar pela inércia. No enlace perfeito dos teus braços nos meu braços, seria tolice imperdoável não ansiar por você. E é doce ir dormir nessa certeza. Seria tolice imperdoável duvidar.
       
       
       

Lapso.

As vezes esqueço quem somos, esqueço que ainda somos nós dois. Outras tantas vezes, esqueço o temo em que deixamos de ser, esqueço a breve pausa no nosso caminho, esqueço que você andou só - e gostou. E é como se eu não esquecesse de nada, como se nosso livro de memórias estivesse completo se eu lembrar de você e de mim juntos. É realmente muito bom fingir que ainda somos o que pode haver de mais bonito no mundo, e somos. Finjo que finjo que te amo, e te amo. Queria esquecer de lembrar que você finge subir serras, finge que espera que o verão passe, que fique sempre pra mais tarde. Não há amor que se esqueça. E eu não esqueci. Eu queria esquecer tudo e te dizer:

TEU BEIJO TEM GOSTO DE SOL.

a flor ~

 
 
 
 
 seus olhos eram rasgados
pequenos eram os teus
singela e delicada era aquela flor
entre outras mil a descobri
e, assim como se foi a primavera,
ela partiu ...
 
 
à Raisa, por J.F.
 
 
 
 
 

  

  Ponteiros compasseiam minhas horas, eu vou em círculos. Eu vôo em espirais. Do alto, há tanto baixo e tanto chão, são tantas coisas que repenso que quase penso nos dias que passam. Mas, não penso, não. Sou - em absoluto - contra à masturbação mental. Só há cansaço depois do gozo e, para além de ambos, existe apenas vácuo. Todo o resto é dispensável. Sou - em absoluto - fã dos orgamos intelectuais. E vou ao ápice enquanto os outros dormem seus sonhos. O nexo dormiu. A coesão morreu. Talvez morra eu também ...

overdose de sentir.

 

 

 

-


onde já se viu?
o MAR apaixonado por uma menina.
-

o anti-sopro que apaga uma chama
reacende o que foi pra ficar.

as conchas vêm avisar
desse novo amor!

~

agora quem diz sou eu:

-

não me queira só por pena
e nem me crie mais problema.

~

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

-


deu vontade:




sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

-

mais um passo nesse espaço
tanto espaço
e, ainda assim,


O MUNDO É PEQUENO PRA MIM


/ah, ele é.

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sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

ai, me belisca [02]


      
      
      
            
      
      
            
      
      
            
      
      
            
      
      
            
      
      
            
      
      
      é sonho, não é? 
      
      
      
      

Lilith

Minha foto
25 anos de sol em leão. queria voltar ao tempo em que era cool escrever letra de música no perfil / cozinha, escreve, pratica boxe e é jornalista nas horas vagas / acha que "transtornada" é um nome muito bacana para quem tem TDAH, eu tenho.