terça-feira, 31 de maio de 2011

basicamente,

prefiro o poeta pálido anti-homem que ri e que chora, que lê Rimbaud, Verlaine, que é frágil e que te adora. que entende o triunfo da poesia sobre o futebol, mas que joga sua pelada todo domingo debaixo do sol. prefere, ao invés de ouvir Slayer, ouvir Caetano e ouvir Manu Chao - não que Slayer não seja legal e visceral. a expressão do desespero do macho americano é normal, esse medo da face dita por Cristo é natural. é preciso mais que um soco pra se fazer um som, um homem, um filme. é preciso seu amor, seu feminino, sem suingue. pra ser bom de cama é preciso muito mais do que um pau grande: é preciso ser macho, ser fêma, ser elegante.


Cinema Americano, Rodrigo Bittencourt
pra se ouvir com Thaís Gulin

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domingo, 8 de maio de 2011

história pelo avesso

e então acaba uma outra história, outra história que sai de mim, perpassa nós dois e que se aquieta em um canto, em um conto, numa conta qualquer, e fica sem final e existiu sem começo, termina e eu sinto, sabe deus que eu sinto, que nós mal começamos, nós não começamos bem - fomos, assim, aos tropeços, aos beijos, aos 'não, pera lá, não era pra ser assim', às portas abertas fomos uma coisa qualquer estúpida, outra coisa qualquer límpida, fomos lindos e eu não sei se fomos dois, de certo fomos uma história mal contada, refluxo de uma outra que nos engoliu há anos e eu não digeri nós dois, e esse amor assim mal passado, mal mastigado, mal comido, é hoje o filme mais mal dirigido que eu me obrigo a assistir, e você cospe em mim de volta o amor que diz que sente, e eu acredito, e eu engulo, e eu tolero, e eu conjugo verbo e escrevo textos e eu sou só o que sobra porque ontem você cuspiu o meu amor e foi embora, foi dizendo 'não, pera lá, não era pra ser assim, me deixa ser teu amigo, mas casa comigo se eu pedir' e, bom, então acaba uma outra história e eu sinto, você sabe que eu sinto, que nós não terminamos, meu bem

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Lilith

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25 anos de sol em leão. queria voltar ao tempo em que era cool escrever letra de música no perfil / cozinha, escreve, pratica boxe e é jornalista nas horas vagas / acha que "transtornada" é um nome muito bacana para quem tem TDAH, eu tenho.