sábado, 29 de agosto de 2009









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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

gênesis outra vez.

No principio era o verbo {...} Era um tal de 'ser' a ser conjugado, era pretérito mais que perfeito e infinitivo, eram infinitos tempos e as pessoas se engendravam em fluidez tamanha que momentos houve em que não se pode dizer onde fui mais nós que eu. As orações coordenavam-se trôpegas e vírgulas já não cabiam mais. Vagavam sem rumo as reticências e os bueiros nas ruas engasgavam com as aspas que tombavam dessa paráfrase, desse plagio anunciado que fingíamos fazer nascer. Até o ponto em que interrogar era inócuo e o ponto final fez-se óbvio e, talvez por tanto, indolor.

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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

s/ Olhos nos Olhos

Toda liberdade é gradeada, como há frigidez em qualquer prazer. Há também indiferença em sinceros votos de felicidade e distância na presença, ainda que se esteja 'dentro de' ou para além de dimensões materiais. Permeia meus absurdos hoje uma paz tão imensa, uma verdade tão gigante que momentos há em que contesto ora o sossego, ora a agonia. Os círculos que traço partem todos de um centro em comum e, não obstante, me vejo emersa em espirais intrincadas, em armengues de linhas curvas. Fui arrebatada por mil e vinte quatro palavras áridas e sós três - ditas por dizer, em voz de veludo - me açoitaram como chicotes brasis na carne exposta. As cicatrizes que levo como troféu, não as olho. São marcas indeléveis da dor que não sinto e seria por demais cruel que eu me pusesse a encará-las como a caçoar da minha coragem, dos meus cansaços, da minha paura. É insensato somatizar no peito o que só a alma encara, sendo que esta permanece perene enquanto o primeiro padece a pagar as contas de sentimentos frívolos. Há eternidades inteiras no que já não existe enquanto o que permanece atado ao que é vulgar não se desdobra em surpresa alguma. Isto é parte ainda do que afirmo sem alcançar entendimento algum, porque apenas a obediência se revela uma opção à loucura.

domingo, 16 de agosto de 2009

Texto Submerso

Quantas lendas tu queres, tantas posso contar.
Carinho até onde quiseres.
E, ao habitar meu lado escuro, zilhões de sóis
haverão de brilhar.

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Assim ouvi cantar num bar sobre um 'amor de cavalo marinho'. Por vezes me abandou palavra qualquer que servisse pra explicar o que em mim transbordava, então cogitava usar as palavras da tal canção, e eu nunca as soube. Em verdade, não as ouvi vez alguma - as notava tão minhas que apenas me permitia viajar por entre a melodia e sentí-la. Nada pode ser mais lindo. ''Ontem", quando eu já não amarrava, amargava, amalgava coisa alguma, ela voltou a me bater. Indolor.

ei, olha só o que eu achei:;
cavalos... mariiinhos... (8)

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

De jornalista e louco

Entre amizades como planos de futuro e saudosismo típico a quem não viveu o que se fez de bom e digno, me peguei numa encruzilhada: o jornalismo é cachaça ou sacerdócio? Não há caminho que me traga respostas certeiras no fim da linha, tampouco são curtas as linhas que traço - logo, tenho futuro; o que seria de nós sem uma dose louca de inquietação? E há de ser um pouco louco se pretender ser jornalista - ou bêbado ou mesmo frei. Somos o quarto poder. Acredito que, como tudo aquilo que transcende, jornalistas o são. Pronto. Cuspo na máxima do 'o que é que bom já nasce feito' ... se até Pagu nasceu Patrícia ... mas me apego sempre à vocação se explico explico minhas escolhas. E é nesse ponto do caminho que pra mim jornalistas são religiosos incorrigíveis - monoteístas fanáticos todos nós, inclusive os agnósticos. Adoradores do deus Notícia; de caneta em punho, gota por gota como contas do rosário; em entrevistas como em confissões - e, onde a religião se cala, nos é dado o direito a não omissão (saber usá-lo é o que difere jornalistas dos - apenas - cozinheiros criativos e bons de lábia). Nos afogamos em notícias, em doses duplas de verdades (sem gelo, por favor). Digo mais, são alcoolatras todos os jornalistas - desdes os pautários aos assessores de imprensa. Mas, onde a cachaça fala o que não se deve, jornalistas devem saber ser voz apenas ao que pede pra se cantar. São românticos, muito. É nossa a responsabilidade de traduzir as mensagem do mundo e alardeá-las. E se me confundo entre as pessoas é porque estou apaixonada por todas as matérias por fazer. Descubro então que não me cabem as retas, faço curvas, e me mantenho na contra-mão das respostas. Sigo e me deparo com um sinal verde: JORNALISMO É PAIXÃO.

¹ deusamenina achou lindo a dissolução da Lei de Impressa autoritária e retrograda, mas acha muito feio não ter nenhuma outra de sobreaviso.
² deusamenina comprou 12 bonequinhos de voodoo e, sempre que lembra da não-obrigatoriedade do diploma, fura todos eles (6)
³ deusamenina é caloura na Faculdade de Comunicação - Universidade Federal da Bahia, e não pode pedir mais nada aos céus.



quarta-feira, 12 de agosto de 2009

pois é,

eu não tenho tempo
eu não sei voar
dias passam como nuvens
em brancas nuvens, eu não vou passar

{...}

eu nã tenho medo
(eu não tenho tempo)
de me ver chorar

eu não tenho medo
eu não tenho tempo
eu não sei voar

/dito isso, ela voou.

Lilith

Minha foto
25 anos de sol em leão. queria voltar ao tempo em que era cool escrever letra de música no perfil / cozinha, escreve, pratica boxe e é jornalista nas horas vagas / acha que "transtornada" é um nome muito bacana para quem tem TDAH, eu tenho.