quarta-feira, 23 de abril de 2008

Não precisa ler isso.

Sim, eu falo tanto sobre voltar e sobre o que erámos antes. Mas que parte de tudo isso reflete o que somos todos nós nesse instante? Que parte disso agora cabe no lugar onde estaremos no instante seguinte? O todo cabe [mas NÃO se junta numa coisa só]. Eu quis acreditar numa falsa-verdade, quis me ver aconcheganda onde, eu sempre soube, não há lugar pra mim. Quis deixar morrer na maresia todas as coisas que, há tão pouco tempo, eu lutei tanto pra conseguir. Quis abandonar tudo, numa ânsia infantil, porque realmente pensei que era o melhor agora. Ou será que eu não pensei em nada? Penso e não acho respostas, não sei enfim o que é melhor ou o que me afunda aos poucos. De um lado fica a família, a casa, o quarto, os amigos, o que já não se classifica ... e lá estão a nova família, outra casa, essaparteagentepula, colegas, o que ainda está pra ser classificado ... e as oportunidades, a minha faculdade, meu sonho de futuro, minha pós na França. Eu queria alguém agora que me dissesse o que fazer sem no fim dizer: você é quem sabe; porque eu não sei. Eu queria alguém que acendesse uma luz. Eu queria um colo. Eu queria um beijo de Sol. Eu queria que o orkut me deixasse terminar o álbum. Eu queria minha mãe. Eu queria não postar esse texto.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Possuir Estrelas

Meu destino...
esse nunca me foi ocultado.
Sempre me foi invejado o futuro
Exacerbaram meus méritos,
e me presentearam com as constelações.

Nunca me foi dada a escolha
Disse eu que gostava de estrelas?
Não! Mas, deram-me ainda assim
Por quanto tempo eu julguei ser tudo...

E durante quanto tempo
Contemplar as minhas estrelas,
sem nunca tocá-las, me bastava...

Me prometeram o mundo
E eu, tola, julgava isso tanto.
Leram as linhas em minhas maos,
mas não se importaram, nunca,
em ler meus olhos.

Pobres coitados!... entregaram o universo
a quem queria o grão de areia.
E, quem pode ter o mundo nas mãos,
só quer traçar seus próprios mapas.
Pobre de mim, me entregaram o universo!

Entregam-me o comando dos mares,
equanto eu anseio por terra firme.
E, enquanto todos me cercam,
eu só quero poder sonhar sozinha.

E quem foi escolhida entre tantos,
não teve a sorte de escolher nada.
E eu, que gostava das estrelas,
Nao as quero mais,
Só por tê-las tão fácil.



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um velho texto pras coisas de sempre ~

A trajetória é retroceder

Volto, não como quem sucumbiu à primeira batalha longe da segurança de sua muralhas. Volto sim, mas trago em mim a certeza inabalável de que vencer é algo além de onde estamos ou o que conquistamos. Construi meu podium com as pequenas vitórias do cotidiano e isso me fez maior e mais forte. Volto e deixo 'pra trás' o sonho de capital, o litoral, os novos amigos e os mestres. Mas não é um abandono por completo, isso não, permanecem em mim os anseios e a mesma gana por chegar lá, um brilho de Sol que não se apaga, os carinhos, as grandes lições e, claro, uma delicia de brigadeiro. Também sei que qualquer dia eu estarei de volta num ônibus rumo ao fim de linha, de algumas coisas nós não podemos fugir pra sempre. Não que eu esteja fugindo agora, de modo algum. Volto sim, é um passo pra trás só pra pegar impulso, a estrada não perde por me esperar.



"Luz acesa, espera no portão pra você ver
que eu tô voltando pra casa de vez.
Eu tô voltando pra casa outra vez ..."




domingo, 20 de abril de 2008

É Lenha.

Eu não sei dizer o que quer dizer o que vou dizer ... e digo. Exito na escolha das palavras, não quero nada fora do lugar, não quero dar espaço à má interpretação. Não quero, não dessa vez, ser a moça da cantiga, pura e apaixonada. Não sou também, não por falta de talento, no papel de mulher da criação, não sou só desejo. É tão além de qualquer definição. Não amo, posto que amor é mais. Não é paixão, arderia mais, enlouqueceria menos. E, a julgar pelos dias e dias a fio sem outros interesses [a quem eu engano?], não há de ser só atração. Não há de ser nada, não é. É que toda mulher quer ser salva! Ui, agora eu feri o ego de minhas nobres colegas sob a pele de Pagu. Ah, quem nunca esperou que - naquele dia de chuva- ele aparecesse ou que ligasse quando você precisou de alguém do lado ou que dissesse o quanto você é linda mesmo sem escova, três quilos mais cheinha e destruída no fim de um dia que parecia eterno? Quem é a mulher que não espera o beijo do principe encantado pra quebrar o encanto da maça envenenada? E, se não houvesse maçã, você precisaria ser salva? E, se o cavalo quebrasse a pata e seu querido não chegasse a tempo? E aí? Você ia levantar da cama e avisar aos sete anões que ia a luta? Acho que não ... talvez você até acordasse e contaria aos anões, a cabeleira e a colega o quanto ele foi canalha em te deixar lá esperando. Sim, quando ele vem é heroi, se não vem ... ah, ele só queria te comer, querideenha!
Não sei ao certo onde achei esse veneno, não sei se foi no teu beijo, em qualquer coisa que você disse e eu não ouvi ou nos teus olhos onde eu me miro, não sei também se não foi uma bruxa ... só sei que o sono me invade e, a não ser que você me dê 'bom dia', talvez eu não queira acordar tão cedo.



p.s.: não é para um principe, nem pra mim, é só pra um happy end. ~

Cabelo cresce.



Hoje senti falta das minhas madeixas. Ao vento, caíndo nos ombros; cada fio, um raio de Sol. Me olho no espelho e esse comprimento [ou falta dele], esse escuro sem fim, não sou eu ali refletida. Na verdade, as vezes penso não ser eu em mim. Um sorriso dissolvido em um tanto de lágrima e outro tanto qualquer de coisa alguma. Catando traços de alegria em momentos soltos, me prendendo aos cabelos cortados como se fossem registros fósseis de algo que há muito não é mais como eu sempre sonhei que fosse. E foi. Hoje não me encontro nem mesmo em meus anseios. Entrego meu tempo todo à causa nobre de entrar pra UFBA, em direito. E me preparo todos os dias pra encontrar o homem perfeito, pra casar e ter oito filhos. Antes disso, uma bela temporada em Paris. Ainda que eu saiba que minha alma é britânica, senhora do meu próprio Lago. E que é no teu corpo o meu abrigo predileto, que, uma vez nos teus braços, nada no mundo me alcança - só você. Também não me vejo toda lindinha dentro de um terno, posando de bem resolvida e assinando Belª Raisa e me preocupando com a imagem, o tom de voz, a maquiagem indefectível ... enfim. São tantas as coisas que eu luto pra conseguir e por vezes eu não sei quais delas são mesmo importantes, quais eu quero, quais eu irei conseguir. E era só do meu cabelo que eu ia falar.




domingo, 13 de abril de 2008

Avante!

A gente aprende a ser só, eu aprendi e hoje até gosto - ela disse. Ele, por sua vez, há anos tenta me ensinar a arte de se conformar. Eu, romântica incorrigível, prefiro não aceitar - ainda que entenda e até acredite no que eles me dizem. E 'não aceitar' é hoje meu único motivo pra seguir. Quem tentar ver pra onde olho tão fixamente, encontra apenas o horizonte ... a perder de vista. E eu remo, por mais que ele se afaste, eu remo. Um dia os meus braços irão cansar e, rodeada de mar, eu vou querer voltar à terra firme. Mas farol já não há. Forças já não há. Já não há coragem. E, quando não restar mais nem fé pra onde apontar, ainda restará o que até então foi meu guia, minha água pra matar sede e minha sede de chegar; ainda há de haver o que, ainda que tudo passe, não se explica, aquilo que tão somente é. E então, quando o medo não for mais motivo de choro, empunharei mais uma vez meus remos, mas não será preciso. Olha lá, é o horizonte deitado ao chão - bem ao alcance das minhas mãos.


... através eu vi: só o amor é luz.
E há de estar aqui até alto e amanhã.
Quem fica com o tempo,
eu faço dele meu. E não me falte
o passo, coração .

Lilith

Minha foto
25 anos de sol em leão. queria voltar ao tempo em que era cool escrever letra de música no perfil / cozinha, escreve, pratica boxe e é jornalista nas horas vagas / acha que "transtornada" é um nome muito bacana para quem tem TDAH, eu tenho.