segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

des-ilusion.


não vá - ou vá.
quer saber?
eu amo você.

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~ ontem eu quis te desejar ao menos uma noite feliz, eu quis trocar abraços, presentes, carinho. ontem tudo que eu tive foi um boa noite seco, seu peito roçando em outros vestidos, sua boca falando bem perto do ouvido de outra. ontem eu só pude ser o meu peito roçando numa camisa branca qualquer, palavras já há tanto tempo esquecidas. foi tudo como você quis. eu, minhas ilusões. e amanhã há de ser o que você disser.
você e suas deduções.

~

-


      
      
      
      
ver tua beleza é esquecer
tudo que há de triste.
      
      
      
      
      

ilusion.

Como caem as gotas de chuva, meus pensamentos tombam pra fora de mim; soltos, vagam pelo mundo porque já é pequeno o cérebro, meu coração. E vêm me bater mais tarde, como ventos de verão: rápidos, fortes, quentes. Doces. São de mel os beijos que me entregas e os sorrisos que dos lábios você me arranca, sem grandes esforços - com um beijinho doce, por exemplo. E, às suas perguntas, não sei se entrego a verdade, mentiras ou todo o resto. Acho que sei pouco, penso quase nada e sinto menos ainda se estou diante de você e bem embaixo desse filete de luar. E, se depois o mundo desaba, eu ainda respiro. Já não me faz falta o ar, já não são meus brânquios ramificações do teu pulmão; eu sigo ainda que a gente estanque. E, se for de morrer, eu não me mato - morreria por te viver, por ser suicídio te viver ou por não ser, mas vê-lo como sendo [?] O que sinto é falta e satisfação, o que penso oscila feito a luz-sim/luz-não que entra pela janela aberta e faz de todo o quarto um clarear-escurecer-clarear digno de painéis de neon na faixada de um decadente cabaré suntuoso. Mas, não, eu não sou parte de um espetáculo em Moulin Rouge. Sou só uma menina e tudo isso é tão somente efeito das luzes de Natal em minha varanda.

      
      
      
      

é a ilusão
de que volte o que me faça feliz,
FAÇA VIVER.
... solo sé que se me fue ...


      
      
      
      
      

   

 
 
 
aquele cheiro, som, imagem do teu corpo incendeia
e um rio carregado de
saudade
vem correr na minha veia.
é como a luz da
Lua que atravess
a a parede da cadeia
- clareia,
mais forte que o Sol.
 
 
 

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com meu vestido vermelho e a sua boca.
 
 

domingo, 28 de dezembro de 2008

o mundo é um mar

a água do mar na beira do cais
vai e volta
volta e meia, vem e vai


Hoje tudo é calmaria, é maré mansa, é água serena.
As areias são as mesmas
A água segue o clico
As pegadas refazem passos anteriores
E o vento parece coreografado.
Então eu deixo a rede balançar,
me deito,
EU SONHO.
e só enxergo o que,
mais uma vez,
torna-se real.



quem já foi marinheiro relembra histórias
que, feito ondas,
não voltam mais.

(8)

~

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

dane-se.

Descubro, entre a multidão, olhos atentos aos meus passos; não há fato que lhes escape ou olhar oblíquo que estes não decifrem. Acompanham esses olhos, ouvidos abertos às minhas sílabas soltas, ao turbilhão de segredos que saem do meu liquidificador e todo o resto que eu não sussurrei, nem gemi. Na frente e mais embaixo, esses olhos e orelhas têm línguas ferinas, frenéticas, terríveis. Do conjunto nasce o júri e dele brotam as sentenças severas pros meus crimes hediondos. Porém, tudo seria contornável caso não houvesse por trás de todo este circo um palhaço a se passar por domador de leões. Abestalhada, não entendo tanta maledicência e me pergunto o que há de errado com o enredo da novela das oito, com os mutantes, com a retrospectiva, qual a justifica pro teu binóculo mirar minha janela senão tédio? E foge do meu entendimento o que pode haver de tão certo no compêndio de fracassos que se tornou a sua vida, o que te faz usurpar um poder só meu: o de decidir a minha vida e vivê-la.
       
       
       
       
       
"VOCÊ PRECISA É DE UM HOMEM PRA CHAMAR DE SEU"
       
       
       
       
       

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

frases mais azuis.

E a noite (premissa do havia de vir) seguia sem maiores tensões - se eu não considerar a sua respiração a passos de mim. Mas o ar entrava, enchia e deixava teus pulmões em silêncio; sem roubar o ar que cabia aos meus próprios pulmões. E eu; que me habituei à mácula, a mágoa, a dor; já não acho formal a não-agressão. Então, cautelosa, eu pincelo as palavras, deslizo entre assuntos e evito situações - e me perco entre as pessoas, os tempos, a concordância. Prescindo de borrachas e essas não me adiantam, o que eu digo sai de mim em gotas de caneta tinteiro. Eu borro, eu vazo, eu mancho, eu sou de difícil manutenção ... eu só escrevo se for pra sempre.
     
     
     
/ao seu lado só existe UM lugar para mim.
e eu não quis dizer nada com isso :)

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

existe borboleta no mar?

-


minha redoma rachou. e eu já pensava em usá-la como bolha, um submarino metafisico e transparente, através do qual eu poderia ver todo o universo de baixo d'água, no fundo do mar.



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terça-feira, 9 de dezembro de 2008

entre 'postáveis' e tantas pérolas.


{...}

quem esqueceu não chora
quem chora ainda lembra
quando se esquece, guarda
não se rabisca a agenda.

{...}

vai era só dizer a ela assim:
moça, por favor, cuida bem de mim.

{...}

mas não tem revolta,
não
eu só quero que você se encontre

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e isso é coisa pouca perto do que passei.


~

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

nostalgia s.a.

Certa vez, um desses sábios - que nada sabem - disse ser a infância uma fase que passamos o resto da vida tentando superar. Chamaram também a puberdade de 'aborrecência', fase dos sentimentos efêmeros e ideais vazios. Te disseram pra guardar num baú chamado passado todos os momentos especiais, as lições em casa gesto, esquecer os mortos e crescer, afinal, você precisa aprender a ser adulto. Então você aprende a quantificar o amor e julgar o mundo em números: uma casa é quanto ela vale, ninguém liga se tem gerânios na janela; as pessoas são quanto elas ganham; os alunos, notas; o que importa é a faculdade, doutorado, casar e ter três fillhos, um cachorro; os amigos, hoje raros, já não sobra tempo pra eles. Mas tu és dono das chaves de teu baú, abra se precisar de sonhos, abraços, colos e consolos; se precisar de um pouco de cor em tudo isso ou mesmo se quiser lembrar de um tempo em que o pra sempre não acabava. (10/07)
       
       
       
       

domingo, 7 de dezembro de 2008

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faço versos feito um trovador
quem sabe, então,
você me dê o seu amor.


(8)

sábado, 6 de dezembro de 2008

ai, me belisca.

      
      
      
            
      
      
            
      
      
            
      
      
            
      
      
            
      
      
            
      
      
      é sonho, não é?
      
      
      
      

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

um caso [forte] a mais

enquanto for só ternura de verão ... eu vou.



são palavras e palavras; as minhas e as dele. e as minhas sobre ele, sempre. e as deles sobre nós. são perguntas e mais perguntas. as deles, sobre por que estamos se não somos. as minhas (dele só tenho respostas). se o ouço devagar e sei o porquê de todo o mundo. eu simplesmente amo o modo como ele é, sem amá-lo. prendemos nós a nós mesmos, e somos livres. é esse o encantamento.



Brilho Eterno.

Eu queria comprar uma furadeira. Eu queria esburacar teu crânio em zig-zag, enfiar meus dedos e massagear teu cérebro - já que o coração fechou-se em copas pra mim. Eu queria, então, seguindo um mapa anatômico, alcançar em cheio o lóbulo pra onde você mandou suas memórias, como um anti-span encefálico. Eu queria re-encaminhar cada um de nossos momentos, espalhar memórias de mim por toda a maça cinzenta até que fossem pátio do meu castelo o córtex, a pituitária, o cerebelo ... Eu queria deixar que o shampoo escorresse pelos seus cabelos, pelo couro e e infiltrasse pelos buracos que eu fiz, uma lavagem cerebral. Eu queria, depois de limpos, condicionar seus pensamentos. Eu queria penteá-los em uma trança, adorná-los de rubis. Eu queria lobotomizar você. Eu queria seccionar suas vias, interromper o fluxo e redirecioná-lo. Eu queria, e é o mais leve que eu posso querer, te induzir um coma e sussurrar no teu ouvido o que quer que eu queria que você lembre ao acordar. Como um pássaro que sai do ovo, eu queria que você me visse e essa fosse tua lembrança mais doce. Eu queria, mais uma vez, ser ninho. Eu queria, no balanço de um relógio antigo, hipnotizar você. Eu queria te encaminhar ao balanço de horas antigas. Eu queria ter acesso aos cofres da M.I.B., eu queria o tal aparelho de deletar memórias. Eu queria, bem rápido, apagar você de mim.
      
      
      

Lilith

Minha foto
25 anos de sol em leão. queria voltar ao tempo em que era cool escrever letra de música no perfil / cozinha, escreve, pratica boxe e é jornalista nas horas vagas / acha que "transtornada" é um nome muito bacana para quem tem TDAH, eu tenho.