sexta-feira, 19 de junho de 2009

Ao Mantra Invisível

os dias que eu me vejo só
são dias que eu me encontro mais


eu fugia do dia em que repetir frases, entoar versos, me arrepiar em refrões já não me soasse amor. e sofrer demais seria ônus - nem regra ou brinde. e eu teria como razão o que até então era só sentir, só beleza, só febre. talvez aí eu queimasse menos em tua chama e evitasse patinar em teu gelo fino, afundar em tuas águas rasas e mornas (porque há distância entre intenção e gesto). eu andaria quilômetros, eu não sairia do lugar, nada em teu propósito. tudo por mim. quem sabe isso seja necessário, bacana, útil, doloroso. quem sabe seja pra já. eu sei que há dias em quero te entender, noutros te esqueço, o sono vem fácil; há dias em que eu rolo, desforro a cama, amarroto os lençóis; hoje eu quero tirar o que li da cabeça, o teu gosto da boca (o que ainda houver disso), limpar a pele, lavar os pés e dormir.


e mesmo assim eu sei também
que existe alguém pra me libertar.



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desisti de pensar assim, mas não desisto do que escrevo.

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Lilith

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25 anos de sol em leão. queria voltar ao tempo em que era cool escrever letra de música no perfil / cozinha, escreve, pratica boxe e é jornalista nas horas vagas / acha que "transtornada" é um nome muito bacana para quem tem TDAH, eu tenho.