domingo, 22 de agosto de 2010

mais uma canção

sou surda aos vibratos e nada entendo de escalas. em música sinto apenas e hoje sinto tanto a falta da tua voz, das cordas do teu violão, do teu sotaque temperando aquele verso. um pedido de casamento, uma jura de amor todas as manhãs e eu vou dormir antes que acredite. mas, enquanto teu coração não bate uma canção nova aqui bem ao meu lado, ouvirei qualquer voz pra lembrar da tua cantando assim, e eu te diria assim se você caísse de para-quedas em minha casa:

coração de eterno flerte
adoro vêr-te.


~

sábado, 21 de agosto de 2010

certa manhã acordei de sonhos intranquilos

eu escreveria um livro, se já não houvesse tantos, e o ponta-pé inicial seria a frase com que dou nome a este texto, se já não a tivessem usado. agora é manhã - ou quase - e eu ainda não dormi, eu tenho caçado a tranquilidade e a maciez de uma noite serena desde que você se foi e deixou como herança a cama vazia e uma insônia inquisidora. tá, você nem sequer foi, covarde e indecente. a mim faltaram a coragem de te pedir que fique, mas que fique mesmo, ou a decência de te mandar à merda! agora, enfim, é manhã e eu dormi a tarde inteira. acordei porque sonhei contigo, porque o sol se punha em minha janela e brincava de fornalha em minha cama ou porque já passava da hora de me entregar a única coisa que permanece à disposição de minhas vontades: os três livros de política sobre a mesa. tateei as folhas velhas, espirrei feito louca e, enquanto consultava o Aurélio, qualquer coisa na novela que minha assistia fez com que eu me perdesse em questões. quando eu sonho contigo, você sente? quando você atravessa a porta e divide comigo o meu travesseiro, é encontro astral ou só o meu inconsciente te querendo aqui? quando eu toco sua pele suave e explicitamente, é você quem se arrepia ou é a projeção que ficou do que já não há? houve?

de noite na cama, eu fico pensando
se você me ama e quanto.
se você me ama, eu fico pensando
de noite na cama e quando?

de dia eu faço graça pra não dar bandeira'

~

terça-feira, 17 de agosto de 2010

quando aconteceu?

não sei. quando foi que eu deixei de te amar? quando a luz do poste não acendeu? quando a sorte não mais pode ganhar? não, não foi ontem que eu disse 'não', mas quem vai dizer 'tchau'? a gente não percebe o amor que se perde aos poucos sem virar carinho. guardar, lá dentro, o amor não impede que ele empedre mesmo crendo-se infinito. tornar o amor real é expulsá-lo de você pra que ele possa ser de alguém. somos - se pudermos ser ainda. fomos donos do que hoje não há mais, houve o que houve e o que escondem em vão, os pensamentos que preferem calar. senão irá nos ferir um 'não', mas quem vai dizer 'tchau'?

se aconteceu? não sei.

Lilith

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25 anos de sol em leão. queria voltar ao tempo em que era cool escrever letra de música no perfil / cozinha, escreve, pratica boxe e é jornalista nas horas vagas / acha que "transtornada" é um nome muito bacana para quem tem TDAH, eu tenho.