terça-feira, 23 de setembro de 2008

    

         
         
         
e lá vai Deus
sem sequer saber de nós.
saibamos, pois,
estamos sós.
         
         
         
         

a fiada.

calo, grito e choro aqui - sempre - o que eu bem entender! mas, no que entendo, me preservo/. hoje, porém, me acomete uma vontade avassaladora (posto que o descabido me cai mui bem). a vontade que eu tenho é de rasgar a alma /suicido. mas tudo é muito meu, por isso não declino ao desejo. tem de haver algo em mim que eu não escancare. a vontade que eu tenho é de respirar. qualquer dia eu vou parar. e aí está a beleza. todo esse 'agora' pode ser a última vez. ou a gente pode ser pra sempre ... quem vai ficar aqui pra ver?


o que eu tô querendo dizer? nada, ué. só tô falando.


pode ser até do corpo se entregar mais tarde. parece simples. mas a gente, às vezes, é. e o amor é lindo! deixo tudo que eu quiser. eu não me queixo em ser. acho normal ver o mundo feito faz o mar num grão de areia. é de se entregar à sorte. todo mundo vai saber. é de se entregar à sorte. todo mundo vai saber e ver que o vai e vem pode ser eterno. pra ver quem manda. acho que não vai dar ... tô cansada demais. VOU VER A VIDA A PÉ. acho normal tá no mundo feito faz o mar no grão de areia.


nada, ué. só tô cantando.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

O Deus Mais Lindo

Da janela do carro, eu podia ver tudo passando em círculos. As palavras ainda me rondam em eco. Abri a porta e saltei, pra que todas as coisas acompanhassem meu passo. Não é assim. E o vento ainda passa por mim contando de novo o que nunca me disse. Faltam coisas na memória, como páginas que eu passei pra não parar. É, O Deus mu dança. E eu não conheço os novos passos. Embora goste da cadência e da batida, eu não entendo o cair das tardes. Errante, vou ao sabor de cada acorde. Que eu acorde pra ser o que me torno. Que as horas não batam sem que eu aprenda.


" ... Compositor de destinos, tambor de todos os ritmos, entro num acordo contigo: que sejas ainda mais vivo no som do meu estrebrilho; ouve bem o que te digo! Peço-te o prazer legítimo e o movimento preciso; de modo que meu espírito ganhe um brilho definido. O que usaremos pra isso ficará guardado em sigilo; apenas contigo e migo. E, quando eu tiver saído para fora do teu círculo, não serei nem terás sido.Portanto, peço-te aquilo e te ofereço elogios nas rimas do meu estilo ... "



Que seja doce. Amém.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

afasta de ti esse cálice

Essa coisa toda sobre amar pode ser fácil. Pode até - pasmem! - ser saudável. Isso quando o foco da relação é deslocado ao ponto correto: 'você, e o que você espera' aliado a 'o outro, o que ele pode oferecer'. É dual. Educação sentimental é, sim, possível. São lições fáceis sobre desapego e independência; sobre importar-se e ceder; sobre saber amar (saber deixar alguém te amar). O amor não é um jogo. Porém, não prescinde de regras. Por exemplo, torna-se impraticável a correção do que se aprendeu [errado] sobre relacionamentos se você insiste em ouvir Djavan. Como num processo qualquer de desintoxicação, tem-se que afastar o "paciente" de uma possível tentação ou influências negativas, que é pra não ter recaída. Você há de concordar, caro leitor, que as idéias do compositor em questão sintetizam o caminho mais rápido ao suicídio pra alguém que aprendeu a amar demais ao outro, não a si. Se eu estiver errada, por favor, me aponte um vestígio de contentamento e satisfação no seguinte verso: amar é um deserto e seus temores .

Isto não é, de forma alguma, um ataque frontal a Djavan, talvez seja uma auto-critica. Porque eu sou correligionária de todas essas idéias sádicas. Por mais alto que eu vá, ... alguns buracos me tragam. Porque eu corro os ricos do amor total. É que eu só sei me entregar! ... alguns versos ainda me alcançam. E nenhum o faz de modo tão avassalador como estes:

Valei-me Deus!
É o fim do nosso amor.
Perdoa, por favor.
Eu sei que o erro aconteceu mas não sei o que fez tudo mudar de vez.
Onde foi que eu errei?
Eu só sei que amei, que amei, que amei.

[...]
E o destino não quis me ver como raiz de uma flor de Lis *
E foi assim que eu vi nosso amor na poeira.
[...]
O meu jardim da vida ressecou, morreu.


* isso dói.






Nem que eu bebesse o mar, encheria o que eu tenho de fundo!

  
  

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

e é bem assim.

            
            
            
Eu não peço desculpas,nem peço perdão.
Não. Não é minha culpa essa minha obsessão.
Já não aguento mais ver o meu coração -
como um vermelho balão -rolando, sangrando, chutado pelo chão.
Psicótica, neurótica, toda errada!
Só porque eu quero alguém que fique 24h do meu lado.
No meu coração, e-ter-na-men-te colado.
            
            
            
                                    
                                    
                                    
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eu pretendia apenas publicar uns versos e me fazer entender assim; sem que pra isso eu precisasse dizer mais nada, nem vocês. então, publiquei só a canção e vetei os comentários. mas, olhando o trabalho 'pronto', o pensamento que me bateu quando ouvi a canção pela primeira vez, voltava a me perturbar ... é louco quem quer amar, é isso que eu penso. concordo com Caetano, com Mautner e seu violino, mas eu [a i n d a] quero ver o amor como um templo, uma lei maior, é por isso que hoje, quando Lulu cantar, eu irei acompanhá-lo aos berros: deixa ser pelo coração; se é loucura, então, melhor nem ter razão ..." e fim.
                         
                    
                         
                    

sábado, 13 de setembro de 2008

Over The Rainbow.

Lá no céu, o arco-íris é só uma promessa. Quando o Sol, antes de voltar em plenitude, nos brinda com as cores por trás de uma gota d'água incolor. Insipida, a luz que sai do Sol em branco puro. Rasga a atmosfera em tons de amarelo, pois já não há mais azul - esse é do céu. Até ser do mar, por reflexo. Porque não têm cor nem o mar, nem o céu, nem o prisma em minha janela. Porque só tem cor o Sol, e hoje ele se fechou em nuvens, seu biombo branco.
Melhor assim.



Dai-me outra cor
- que não seja a do seu olhar
Dai-me outro amor
- que venha pra me perpetuar
Dai-me outra cor
- que não tenha o que eu quero enxergar
Dai-me uma dor
- que sirva pra eu acordar
[...]








O mantra dos que querem ver além do que querem ver. Dos que sabem que é tudo tão maior do que isto que pintamos pra que pareça real, pra que seja sincero. Porque olhos nos olhos não validam, só iludem. Só somos nós em branco e preto, sem meu mel ou seu céu. Eu sei. Eu não vou esquecer.




o quero mais me desmentir.






quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Sobre maçãs e metades.

Deitada à sombra de uma macieira, é incrível como certas perguntas - contrariando as leis da física - me vêm à cabeça:


por que as maçãs não caem pra cima?
por que não ficam soltas no espaço sideral?
por que não vão germinar num planetinha onde só há baobás ruins,
flores bobas e rosas presunçosas?

De volta à minha racionalidade, eu simplesmente sei que as maçãs caem, e isso é tudo. Algumas, as dos galhos baixos, tombam; amassam quando não encontram uma grama que suavize o impacto da aterrissagem. Por causa dos hematomas, têm-se que sacrificar um pedaço ... mas ela ainda é UMA fruta. Porém, as maçãs do topo (mais altas em tudo ... mais próximas do céu) não têm tal sorte. Elas desabam; e tão pouco importa a pista de pouso ... elas se partem. São, então, duas metades diferentes de uma mesma coisa. As vezes, ambas - exceto pela ruptura - saem ilesas e vão ser alimento pra outros seres, adubo pro solo, ou vão germinar outro chão, porque a vida segue. As vezes, vêm outras colisões após a queda, e uma metade sai mais danificada que a outra; e fica ali no chão até que apodreça, porque a vida as vezes resolve estagnar. Mas, de que importa? Era só uma maçã como tantas outras. Né [?]
__________________________________________________ deusamenina, 10/09/08.





- Adendo:
    
Este texto, logo após ser cuspido, foi salvo como rascunho; por se tratar de uma justificativa pra algo que eu - talvez - não acredite, por ser pobrinho e porque eu entendi, enfim, que este tema não precisa (nem tão pouco merece) ser a razão de ser do deusamenina. Escrevi tão somente pra contar a um amigo - e a quem mais possa interessar - que uma maçã não precisa de uma faca pra se partir. Porém, por mais que eu explique por este ângulo, sempre um outro prepondera: por que não juntar metades? Então, eu vos digo: algo que foi uma coisa só, após se segmentar, não vai, necessariamente, voltar a ser inteiro. Na queda, pode ser que aconteça algo além da ruptura, e duas metades já não somam um, não se pode forçar o encaixe perfeito. Além do mais, deixemos que Deus fique em seu lugar de deus, e Ele tem outros planos. Que Eva* brote de sua costela, da sua eternização do eterno, e que venha com calma e paciência - porque há de precisar.
    
    
P.S.¹: Aos queridos amigos,
agradeço o carinho e o tempo devotado, mas peço que usem esse talento em prol de outro casal. Não nos queremos mal, apenas não nos queremos mais. Ou perdi alguma coisa?
    
    
P.S.²: Sobre as canções,
como não sou tão mesquinha ao ponto de ser capaz de reciclá-las no relacionameno atual ou num próximo - o que é de um, é de um - prefiro não gastar mais bons versos.
    
    
    
    
    
    
... c*, que texto cheio de partes! parece uma maçã partida ... rs /ciiiinica!

sábado, 6 de setembro de 2008

Blefe Fatal.

Mais cedo, tateando meu rosto, não havia nada de meu nas feições, nos traços. Descendo, não era meu o meu pescoço, meus seios, meu ventre, meu umbigo ... moldei em mim uma mulher que não sou, pra não ser só, só pra ser sua. Nas tarefas mais simples, ou nos meus prazeres supremos, tudo era uma guerra por vencer; sua aprovação a conquistar. Sentada na areia branca - alone embaixo do céu - espero que as ondas venham beijar meus pés, mas o mar cansou de mim, cansou de me ver te vendo num azul que é dele. Perdi meus dias, minhas vontades, meus desejos, minhas forças .. me perdi na sede cega de você. Ora sussurros, ora aos berros, mas todas as horas eram só a espera do teu beijo, como a água que já não brota. Fiz do meu paraíso um lugar pra ser nosso, onde poderíamos ser tão somente eu e você, ser mundo inteiro, onde nos bastaríamos. Amor em par, dueto de beijos, duelos de esgrimas. Mas não fomos co-autores de nossos planos, ou era você ou era eu. Então toda essa falta de sal e sol é só o preço a pagar por querer ter visto o que não é pros olhos de qualquer um, pra pagar as contas de um amor pagão; nosso eclipse oculto, seu sorriso inocente à beira do precipício, nossa filha, nossa vida, minha vontade de ter o impossível, meu principio do fim, meus clichês. Volto sem olhar pra trás. Quero que meu corpo guarde seu toque, que meus pulmões lembrem teu cheiro, minha língua, o teu sabor, que meu toque lembre o corpo teu. E que eu, sinceramente, te esqueça. Pedindo perdão ao mar, eu vou voltando a saber de mim, a gritar no 'i', a dobrar a cintura (não mais os joelhos), a ser 'até o fim', a ser de outro sem deixar de me possuir. Devo, enfim, confessar que todo esse texto é pra dizer: Filho da puta, não ameace me trair com canções.

         

         

         

tenho que aceitar,

caberá ao nosso amor o eterno ou o 'não dá';

pode ser cruel a eternidade.

eu ando em frente por sentir vontade.

eu quis te convencer, mas chega de insistir!

caberá ao nosso amor por o que há de vir;

pode ser a eternidade má.

caminho em frente pra [NÃO] sentir saudades.

tantos nós e vós - e eles juntos!

         

         

         

(Malu Magalhães e -salve! - Marcelo Camelo)

... mais versos dessa 'paz sem culpa', são pra você.







Lilith

Minha foto
25 anos de sol em leão. queria voltar ao tempo em que era cool escrever letra de música no perfil / cozinha, escreve, pratica boxe e é jornalista nas horas vagas / acha que "transtornada" é um nome muito bacana para quem tem TDAH, eu tenho.