domingo, 27 de julho de 2008

meu soluçar em forma de texto.

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Já dizia Leonardo da Vinci, sobre estar presente, que de nada valem as distâncias espaciais quando só o que importa é estar de um único lado: o de dentro. Eu era onipresente até outro dia. É, como um deus, eu já fui início e fim. Das flores presunçosas, já fui rainha. E, entre as rainhas, eu era deusa. Onipresente. Início. Fim. Lado de dentro. Ciclo vicioso. Hoje sou um compêndio de dúvidas, seis milhões delas. No céu, as estrelas não riem, só brilham. E eu espero a manhã raiar. É que sentir saudades é isso. É, como me ensinou Falabella, não saber-se onde. E eu não sei mais na-da. É ver dias e noites passarem e se perguntar qual é, afinal, a diferença entre ambos. Se é Sol ou Lua, de que adianta saber? Saudade é, sentada numa mesa de bar ao teu lado, não te sentir ali. Saudade é tentar te levar pra qualquer lugar que nos traga de volta aquilo que fomos. Faca e queijo. Saudade é não ter respostas e não cansar de perguntar. Saudade é, entre tantas interrogações, ter só uma dúvida me corroendo a alma:

        
                
        
        
        
Will you still love me tomorrow?
/I like to know that your love this. This know that I can be sure. So tell me now and I won't ask again.
        

        
        


terça-feira, 22 de julho de 2008

/perdiotítulo.

Eu perdi a chave. Estive com ela por todo o caminho. Lembro de andar até o mercadinho da esquina e, entre os versos de uma canção, eu jogava e pegava a chave no ar. Cada vez mais alto, tão mais alto quanto pedisse a melodia e o verso. Lembro de olhá-la, era vermelha - contrastando com o céu, tão azul - e pequena - e o céu tão imenso. Pois. Lembro de tê-la, quando longe das mãos, guardada e protegida no fundo do bolso de uma velha bolsa de lona. Não lembro a última vez que a usei - como chave. Nem mesmo me lembro qual porta ela abria. Não era a do céu; muito vermelha pra isso. Nem mais embaixo; pequena demais. Na verdade, apenas gosto desses dois adjetivos, vermelha e pequena. Soa poético quando menciono o céu em seguida. Da minha chave eu não lembro nada que a defina. Uma cor, um nome gravado, um tamanho específico, forma, nada. Pensei em ligar pra rádio local, oferecer qualquer recompensa pra quem a encontrasse. Pediriam-me pra descrever o chaveiro e talvez eu não saiba. É, eu não vou saber. Tudo isso porque não me recordo de chave alguma. De tê-la tido, de lançá-la contra os céus. Acontece que, vendo tantas portas por abrir, eu só consigo pensar que devia haver uma chave. E eu a perdi. Afinal, perdi tudo.
          
          

sábado, 19 de julho de 2008

Esse cara tem me consumido ...

Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu ... e o meu BAD BAD DAY é TODAY. É a dor do desengano. Tinha cá pra mim que, agora sim, eu havia encontrado quem me daria a mão por essa terra de miseráveis e que tiraria os meus pés do chão quando, pressionada por um peso insuportável, eu pensasse em sucumbir: mentira! E agora é como se me amassassem flores, rasgassem as fotos ... desisto do romance, do cinema ... uma rosa? Nunca. Nunca mais feliz. E eu o amaria todos os dias, sempre igual, doses homeopáticas a cada três horas e de modo intenso quando da hora do regresso de Cinderela. Dele eu aceitaria tudo, de traição à pederastia, tu-do, menos isso que acabo de saber. Passeando entre blogs, eis que uma única frase surge e ainda pisca pra mim: CHICO BUARQUE É TRICOLOR GRENÁ. Qual o quê?! Um homem fluminense é mais do que posso aceitar. (U)


Rá, peguei vocês ;)


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Deusa Menina é FLAMENGO - até morrer'
        
        

sexta-feira, 18 de julho de 2008

faço disso Drama e Dor'

Os índices são alarmantes: 1000 em 1000 pessoas têm INVEJA da felicidade alheia. Mas, nesse meu momento downdowndown, nem noto isso. Que nada! Tenho visto é muita gente cavando sua focinha, indo até o fim e cavando mais um tiquin de nada E, achando pouco, tem neguinho que cospe pra cima ¬¬ . Passemos à analise dos casos:

Caso ¹ Ele está em par, forma com a namoradinha um desses casais encantadores ...e nojentchenhos /argh. É ... desses que [ainda] juram amor eterno blá blá filhos blá blaaá blá casinha branca de varanda. E não é que ele vem, saído dos infernos, dizer que quando terminar quer um texto como esse último que escrevi ?!

Caso ² Ela, nunca foi muito coerente, mas ontem me disse que está feliz, que está amando e sendo amada - te prepara pra bomba- mas que isso NÃO É BOM, que ter tudo que se quer [relação sólida, eu te amo ao pé do ouvido, sogrinha adorável, adinho de-lí-cia] não é o bastante, é monótono, Rai. Faltam altos e baixos, adrenalina - falta perder ... isso sim.

Caso ³
Ele, talvez, também quisesse um beeelo texto. Uma dessas histórias de amor à la Manoel Carlos, com trocentos fins no meio da trama, com um pivô, um drama ... e uma volta gloriosa.


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Tem que sangrar. Tem que doer. Se não rolar esse quê de amor machucado, não valeu, né poetinha? É que um sorriso em uma foto em branco e preto não é tão poético quanto um olhar de desolação parisiense. Além do mais, que graça tem contar aos filhos que você a amou, ela correspondeu, namoraram, noivaram, casaram, tudo seguindo uma ordem lógica, e aí estão: juntos e felizes, hein? Felicidade não é tema pra blog, não rende comentários, não choca! Tudo isso porque você aí do outro lado não quer saber do sucesso de quem vos fala. Nada, cê quer é se identificar com meus problemas, quer é não se saber só nesse seu luto. Então eu vos brindo com a minha dor, com o sem número de pedaços em que meu coração se partiu, com a certeza de que amar não tem bastado e que as histórias mais bonitas dos amores mais bonitos terminam, por nada, numa quinta-feira cinzenta. Nessas horas, eu agradeço por ter mãos, um teclado, esse diário virtual ... e um dom. Agradeço por te ter do outro lado da tela. Despeje, no local reservado aos comentários, toda sua desventura conjugal, eu quero saber que você veste preto junto comigo, assim parece quase normal fracassar. Porque é bom caber na dor dos outros. Me sinto amparada.



Não vou me desculpar pela explosão, você quis ler.
Abraços fraternos, deusa menina ~





quinta-feira, 17 de julho de 2008

Atrás da Porta.

Antes de ir, por favor, lava esse gosto de lágrima em minha boca. Cala o meu peito, e o teu que eu ouço daqui. Aproveita e, na saída, pede a Chico que se cale, cale-se ele e o barulho que essa porta faz. Leva também esse seu sotaque que Piaf insiste em imitar. Diz pra tua mãe que eu, o sonho de norinha, fui um fiasco como "tua namorada". Aliás, reúna a família em torno de uma grande mesa e, num tom bem solente e triste, conte como fui tola e vil, que é pra que nenhum dos teus venha me falar de amor. Aos amigos, diga o de sempre, cante aquele trecho daquela canção. Àqueles que detesto, diga apenas que foi melhor assim, que fui eu quem quis terminar, que já existe outra pessoa em teu lugar. Mas, por favor, não acredite. Prometa que você tentará erguer Babylon ~ , que ela será toda em laranja e lilás, como no terceiro minuto da aurora. Prometa que haverá qualquer coisa minha nos agradecimentos do teu convite de formatura. Prometa que não vai pensar em mim quando qualquer outra vir andando de branco em tua direção. Prometa que você terá filhos, um cachorro que mais pareça um tigre e uma mansão branca em Malibu. Prometa que, numa ilha vizinha à minha, você construirá a sua casinha na Polinésia Francesa. Sobretudo prometa que serei eu tua [ú n i c a] rainha e parceira de todos os tangos. E, só então, pode ir. Leva esse pedaço meu contigo. Você devia levar meu blog no teu rastro.








Eu te amo, hoje eu sei como.
         
         
         
         

terça-feira, 15 de julho de 2008

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de baixo tudo era mais bonito
MAIS AZUL
mais colorido
mas tinha que respirar todo dia.




(8)

domingo, 13 de julho de 2008

O que aprendi com Trasíbulo Ferraz

          
          
          
          
Nada pode haver de mais nulo
Mais degradante e sem sal
Do que a mulher presumida
Tola, vaidosa e atrevida
Soberba, inculta e banal.

          
          

(A Orgulhosa)
          
          
          
          

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ai,
se eu escutasse o que mamãe dizia.
se eu escutasse,
hoje eu não sofria.

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quinta-feira, 3 de julho de 2008

à la garçonne

Feminista eu nunca fui. Ao menos não do tipo certo. Sou, inclusive, contra a Guerra dos Sexos... Pra quê? /se tudo junto é tão melhor' Acredito nos complementos e dou liberdade às interpretações [6] ~
Enfim. Creio que ver o voto feminino como grande conquista, vindo de uma mulher, é tão grande – ou maior – submissão quanto esfregar cuecas freadas. Acho que soutiens são desconfortáveis, mas não queimaria os de renda, sobretudo os pretos! Eu nunca comemorei o oitodemaio. Sei quantas mulheres queimaram por esta causa e não exitaria jamais em saber ser c a r v ã o também.
Me assusta – e enoja – ver que ainda há um ranço de machismo por todos os cantos. Quantos homens ainda esperam Eva brotar da sua costela? Quantas mulheres os culpam por isso, tacam paus e pedras em Chico por ‘Mulheres de Atenas’ mas nunca viram nada errado quando Vinicius nos manda ser feitas só pra amar, sofrer e, ainda assim, ser só perdão
♪♪ ? Tsc Tsc.

ELeS* NÃO ENTENDEM NADANADANADA DO QUE DIGO, CAETANO!

Mudo com freqüência minhas resposta ao Orkut, ninguém nota. Esses dias apaguei todos os álbuns : MIL RECLAMAÇÕES. Posto e reposto nisto aqui, disso até falam. Mas, por estes dias, uma visita me impressionou e, confesso, conseguiu irritar a Lilith em mim: BELOS CABELOS, ele disse.













Não me afeta ser bonita. Mas não serei só isso, nem se engane.







        
        
        

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Brigadinha, Victor :)


[Des]ordenando a [falta de] ordem disto aqui, lá vai um Selinho.

Além de me congratular com o próprio selo, meu príncipe ainda usou meu livro em seu blog. Foi difícil a escolha, principalmente pela questão das 161 páginas. Escolhi aquele que marcou minha infância e que, por tanto, não sai de minha cabeceira. Por José de Vasconcelos: Meu Pé de Laranja Lima.

"Riu-se afetuosamente e prosseguiu"

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terça-feira, 1 de julho de 2008

Modéstia

     
Tristão não teria se apaixonado por Isolda; Nem Júlio Cezar por Cleopatra,
Nem Oswald de Andrade por Pagu;
Nem Orfeu por Eurídice [♪♪] ; Nem Nando pela [presença de] Anita;
Nem H.H. por Lo. Li. Ta.;
Nem O Alquimista por Fátima; Bentinho por Capitu;
Nem Osiris por Isis; Nem Romeu por Julieta;
Nem Adão por Lilith ... Se todos eles tivessem me conhecido antes.
     
Setembro de 2005.
     

~ meninas são tão mulheres, seus truques e confusões.

     

Lilith

Minha foto
25 anos de sol em leão. queria voltar ao tempo em que era cool escrever letra de música no perfil / cozinha, escreve, pratica boxe e é jornalista nas horas vagas / acha que "transtornada" é um nome muito bacana para quem tem TDAH, eu tenho.