quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

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Hoje a lua minguou, vai murchar dia após dia, até virar um fino risco côncavo. Não ligo. Que murchem também todas as flores. Pergunta-se: até a soberana? Essa se deu como exemplo; perdeu a cor, o cheiro, se perdeu. Também dispenso o mar, as ondas não precisam quebrar na praia. O céu era só mural de estrelas... se explodam todas as constelações, o próprio céu e o infinito. Meus pés abrem mão do chão, pra onde eu iria assim, sem direção? E pára com esse carnaval lá fora.





/desliga o som e apaga a luz .
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Perdão, amor. Levo comigo cada uma de tuas palavras e elas me dizem – nesse teu tom de menino deus – pra ser forte, como deve ser uma rainha. Mas de que vale tudo e qualquer coisa se não há você do meu lado? Perdão, mais uma vez. Se te amo, e eu amo, preciso lembrar que são tuas todas as minhas horas, meus dias e até as quartas de cinzas; é pra você que aponta o Norte; é o teu riso lá naquela estrela mais brilhante, mil guizos; e isso há de me guiar, há de me dizer pra onde apontar ... eu sigo remando. Enquanto a dona do bordel aluga todo o brilho de estrelas frias, eu vou vestindo pétala por pétala, escolhendo cada tom. Será uma nova lua nova quando eu voltar, não vou querer estar amarrotada.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Eclipse Oculto

Ontem, antes de me render a Morpheu, gastei segundos eternos a fitar um mesmo ponto no firmamento. Lá onde, numa dessas noites mal dormidas, ela me apareceu e cabia dentro de um losangos da grade. Sua luz coube, como luvas, no vazio que havia em mim. Era tanta luz! A última vez que ela se deixou ver tão completa fora no ano que já findou, eu precisava brindá-la. Um suco de uva num copo plástico, não importava, ela entendia a intenção. E eramos só ela e eu, sintonia inabalável. Fiquei ali, inerte, me deixando banhar eu sua luz prateada. Abri os olhos num céu azul e, por inveja ou por prazer, era ele quem brilhava em mim. E era dourado e quente como ela esqueceu de ser ao furar nosso zinco. Desperto no ontem, e ontem era o presente. Sem luar ou brilho de sol, ontem era tudo que eu tinha. Encontrei o suco, já amargo, o ergui pra que estivesse bem à altura do chão e brindei a vida, meu bem.

Deusa menina é filha da Lua, neta do Sol ~

Van Pelt


- Não são lindas as nuvens? Parecem bolas enormes de algodão!

Eu podia ficar aqui o dia inteiro observando elas se mexerem. Se

a gente usar a imaginação, vê um monte de coisa na formação das

nuvens. O que é que você acha que vê, Linus?

- Bem... aquelas nuvens lá em cima parecem o mapadas Honduras Britânicas, lá no Caribe. Aquela nuvem alí me lembra um pouco O Pensador de Rodin; aquela famosa escultura. E aquelas nuvens lá em cima me fazem lembrar as ruínas do Partenon. E eu vejo o apóstolo Paulo de pé, lá do outro lado.






quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Não livra ninguém, só a bailarina.

Nada de pereba, marca de bexiga ou vacina, nem piriri, nem lombriga, nem ameba. Viver assim? Ser assim? Eu não. Gosto do belo da imperfeição, das histórias de uma infância tão recente em cada marquinha do meu corpo, agradeço cada queda, todos os deslizes, e prezo meus pecados. Porém, gosto quando o som me atravessa e permito que meu corpo vá por onde a batida desejar. Se for de seu gosto, caio numa roda de samba, ginga não há de faltar. Se preciso for, irei me enveredar pelos salões ... num zouk, numa salsa, num refrão de bolero. Forte como um tango, um sentimento que se pode bailar. Frevo. Maracatu. Ou me movendo como o vento, bonita, bonita. Posando de soberana, miss B. não perde a classe. E, se cair, levantar num demi plie. Faço de cada tropeço um passo de dança. Aliás, para cada passo, um passo. Pra mim, é mais que movimento, mais que arte ... é sentir o mundo em volta e tudo que há por dentro, é saber transpor limites e expor a delicia de me pertencer.




Eu só não sei dançar taaão devagar pra te acompanhar ♪




domingo, 20 de janeiro de 2008

Se

É bem verdade que diplomacia é meu sonho /olhinhosbrilhando/ e que dominar vaaários idiomas é uma na roda, na marcha, na direção e no freio de mão. Enfim ... japonês em braille conta? E também não sei se posso ser fluente nesse seu idioma ou se sempre vou precisar do wordlingo pra entender se seu 'sim' é s i m ou é 'deussaberai'. E essa de bom menino, tuuudo é Deus, sábado é de Deus e eu, doidinha pagã por pura imaturidade, preciso de fé ... já me cansou, viu? Tudo bem que você é um docinho. Mó fofo. Lindo. Alto. Forte; leia-se: gooooostooooosooo paaaacaaas. Bem criado. Oposto daquele ser. Acho que me forcei a pensar em você, como quem toma uma aspirina pra espantar a dor de cabeça. Sem o ser - siim, minha dor tem nome - pra que cura? abrindo mão, desistindo ... prooonto, leiam isso trocentas vezes, C O M C E R T E Z A, vou demorar de dizer algo parecido.


p.s.¹: eu amei todos os beijos que não te dei.
p.s.²: quiser torná-los reias, aceito ^^ caso seja 0 de complicação!
p.s.³: aff, tem que ter 'p.s.³', .

Mãe, engoli o chiclete.

Lembro de estar sentadinha no batente da escolinha; eu, amiga e amigo e um montão de chicletes - ploc, claro que era ploc... e do Tchan, se duvidar. Devíamos ter uns sete aninhos, você sabe como são essas crianças, ? - não, Raisa, não sei - Poi zé, elas são bem assim! Pulinhos pra cá, fadinhas voando pra lá, entre o pirlimpimpim e a nova música da Sandy: 'Ops, I did it ... ' e não era 'again'. Era a primeira ver que eu engolia o chiclete. E minha mãe sempre dizia que colava tuudo por dentro, era terrível! Pombas, ela é enfermeira, devia saber das coisas. Eu, hipocondríaca por parte de mãe e meio surtada por parte de ambas as partes, já sentia o chiclete grudando 'naquela coisa que a gente tem na gargantaa' - eu ia dizer 'sininho', mas Dani podia me entender mal - e me lesando sem volta. Eu pensava que nunca mais voltaria a falar. Sim, seria uma bênção ao muundo ... mas pra mim, por motivos óbvios, seria o fiiim! Amigo e amiga, ele hipocondríaco e ela surtaada, seguravam minhas mãos pra passar confiança e apoio, só que, eu sempre soube, estavam tão desesperados quanto eu. Me deram água com alguma coisa tipo sabão pro chiclete escorregar. E veio a dúvida: se grudar no intestino, dizem que é tão estreiito. E aí que deram a ideia de induzir o ... vocês sabem - e se eu tivesse tendência a bulimia, seus irresponsáveis?! Mas... eu não tenho! Pelo contrario, não sei vomitar, acho que, se fiz isso dez vezes nessa vida, foi muito. Bem, eu não lembro ao certo com terminou, deve ter batido o recreio e o tempo pro drama também. Bom, eu juro a Ana Lis que serei mais sincera com ela ... o que não quer dizer o mesmo que franca. Aprendi hoje vendo Mothern [ siim, me preparando com bem antecedência pra receber meus rebentos] que uma mãe tem que ser sincera - do grego, 'sem cera', sem as máscaras que se usava no teatro - sempre, ou seja, dizer apenas a verdade ... porém não se deve ser franco, ousejacerveja, é melhor omitir certas partes. Lis vai saber que Papai Noel é coisa de norte-americano doido, que tooodo mundo vai morrer e que Deus é chato, muito chato! ... é pior descobrir sozinha, baby.

- o amigo, pra quem não sacou, é Victor. , nem sei se você tá lembrando desse fato ... mas obrigada por ser a mão que eu nunca vou soltar e vê se me ajuda a não surtar nossa filha, viu? Te amo.

- ficou parecendo que 'Ops...' é a tal nova música da Sandy... não vou corrigir!

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Lá-riií lá-riií lá-riií lá-riií ♪♪

Eu vou sabotar, você vai se azarar!

O que eu não ganho ... eu leeso [6]

Ninguém vai me gozar, não!

J a m a i s !


Eu vou sabotar, vou casar com ele

... vou trepar na escada ...

pra pintar seu nome no céu.


Sabotagem

Sa bo ta gem

Sabotagem

Eu quero que você se

TopTopTop Uuh



Ninguém vai dizer que eu deixei barato,

vou me ligar em outra, te dizer:

bye-bye, até nunca, jamé !


Sabotagem

Sabotagem ôôô

Sabotagem

Eu quero que você se

TopTopTop Uuh


Um bom conselho

... Eu lhe dou de graça!


Reza a lenda que a pessoa que vos posta, tão doce, tem se irritado muito facilmente nos últimos tempos. Mas, como em todo campo minado, basta ter feeling - simaancol mermo, porra - e evitar certos passos. /respira, Rai . Não compreendo essa necessidade de falar do colégio ou da UFBa, sendo que você nuunca pagou minhas mensalidades nem vai pagar agora o cursinho, a luz ou o busão. Ah, se precupa? Já sentou pra chorar minhas mágoas comigo? Entaaão, amigaaaum, você naaaaaaaaaaãoo se preocupa. Falando em preocupação, tem gente por aí pensando que me engana ... diz a terceiros que teve um sonho e tá meio impressionada e, mais uma vez, some! Uhuh, de amigas assim eu saturei, beiibe. Não, eu não quero perdoar ninguém. Não, eu não vou dar meu bracinho pra ninguém torcer. Não, não é orgulho. Siim, meus bons amigos me bastam. Sim, são dez cabeças - muito pouco, quase nada - mas não tem outras mais bonitas-fieis-inteligentes no lugar. Amadurecer? Que naada, achei minha resposta à lista de Oswaldo : os defeitos sanados com o tempo eram o melhor que havia em mim. Recuperá-los-ei. Também estou cansada dessa p a l h a ç a d a toda, desses perdoões e arrependimentos da boca pra fora, desses fins que não terminam em nada, dessa mania que a gente tem - não, eu não me excluo - de saber que dói na gente e esquecer que o outro também sente. Não quero falar das minhas escolhas, do que quero/anseio/pretendo, eu tô de bobeira até as aulas começarem, eu não sei, ao certo, qual curso escolher, sei que é muito de piração, mas quero ir estudar em Brasilia e, depois, trabalhar lá de onde vem essa minha alma doida, mas não sei como fazer tudo isso. Caralho, não tenho todas as respostas do mundo em mãos. Eu só tenho dezessente, lembra?


- e os pneusdecarroscantam'

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

a síntese de tudoisso.

Ontem eu conversava com Amanda sobre ' o próximo'. Ela preocupada em se preocupar e eu - devagar, ponderada, p e r f e i t a m e n t e equilibrada - abandonando a utopia de pensar que a mudança começa em mim. Não sou mais tão criança. Crescer não significa pra mim, como significava ao meu Pequeno, um absoluto abandono ao amor e a entrega total à quantificação, não mesmo. Só que a gente vai aprendendo que dar amor independe de amar, independe de alvos e, mais ainda, independe de retornos. Respeito sim os que comigo andam, só esses. Aqueles que, durante muito tempo, me acompanharam pelo caminho sem a menor intenção de chegar junto, de estar verdadeiramente perto, esses eu abandonei no último no pit stop. Cresci promovendo a minha mudança e vendo o mundo ao meu redor permanecer estático. Cresci não recebendo do mundo as vibrações que a ele eu emanava. Certo? Errado. O amor que eu emiti permanece em mim. O amor que eu não recebi, sinceramente, não existiu. Cresci e aprendi que quem realmente se arrependeu não repete erros. Cresci e abandonei a pretensão de descobrir onde se esconde a força do 'saber mentir'.

Eu quero lembrar que minto também. E erro ... eu sei.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Wee chaxk pee he huh nee

Para o povo sioux, estrela da manhã. Pra mim, palavranãosuportadapelotradutor.


Quando se é muito nova, normalmente, tende-se a construir sua personalidade com base em alguém, Freud explica. Ela foi o molde que eu escolhi. Li Erasmo, Saramago, Lispector e Gabriel García Marquez porque eram esses os autores que encontrei em sua cabeceira. Ouvi, faixa por faixa, toda a sua playlist. Usei suas palavras e até pequenos gestos. E a gente rompeu. Foi como se me tirassem da frente de um espelho ... quem eu ia ser agora? Fui ser eu. E descobri que, por mais que eu não quisesse, havia tando dela em mim ... não por cópia, mas porque eramos mesmo muito parecidas. Eu podia ter seguido minha mãe ou qualquer outro, não é? Mas só nela eu me encontrei. Certa vez ela me ensinou que somos amigos das pessoas procurando nelas o que queríamos em nós. Parece egoísmo, mas foi por isso que eu voltei/voltamos. Não há Raisa se antes não houver Juliana.


~ só enquanto eu respirar [...]'

Mafalda







quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

-

-


Nobody said it was easy.
No one ever said it would be so hard,

oh,
take me back to the start

(8)


~

Na primeira vez pela busca do tal veneno anti-monotonia. Na segunda pra sentir mais uma vez aquele misto de prazer e medo. Na última pra ser pega. Foi uma cena deplorável. Filhas das famílias mais tradicionais e influentes da cidade, bem nascidas, muito bem criadas e numa situação tão ridícula. Colocamos em jogo tudo que nos era oferecido, o orgulho de nossos pais, nossa reputação e honra por roubar canetas. Minha mãe disse sentir vergonha de mim, quis me levar num psicólogo e me tomou o celular. Algumas das outras meninas eu não consigo mais encarar, mesmo depois de quase cinco anos. E a sociedade [quem se importa ?] só vai saber disso porque estou contando. Eu, não minto, me senti um lixo ... nunca errei tão feio, nunca me afoguei raso assim. Mas esse não é maior arrependimento. Nada é mais deplorável [adorei a palavra] do que ser pega por minhas próprias câmeras e entender, sozinha, o que eu sempre escondi de mim. Nada dói mais do que ter entregue pedaços do que havia de mais meu, minha força e minha alma, no propósito único de fazer bem e feliz quem nunca será. Lavo minha honra, estendo como bandeira, aponto pra fé e sigo remando [creio que eu vi uma luz]. Meu horizonte hoje mudou de cor.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Retificando ...

Outro dia eu pensei ter econtrado meu próprio rio. Sentei em uma das margens, pensei em dar-lhe um nome, chamá-lo de meu e atravessá-lo sempre que assim eu desejasse. Pensei em mergulhar, mas sabe se lá quão fundo ele seria. Imersa em cálculos e suposições, certa de que seria arriscado, construí minha embarcação. Mas, antes de içar velas, alguém vindo do nada atravessa o meu Nilo, de uma margem à outra, numa bicicletinha e só aí eu pude ver que minha dádiva não passava de uma poça de lama. Tudo que é verdadeiramente profundo se mostra em águas claras. Porém o quinto elemento belga esconde em suas águas turvas todo a sua carência de razão e te obrigar a buscar sentidos e razões que, na verdade, não existem. Hoje eu quero poder mergulhar e abrir os olhos lá no fundo.



Créditos: Lu e Ju, minha fonte teórica. Ti, meu estudo de campo.



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Desabafado; Prometido; Arrancado; Cumprido. E Nunca Mais.

sábado, 5 de janeiro de 2008

[menina, deusa Urbana é] Neta do Sol.

Esse sol da Bahia não é de Deus, não. Não é um sol de Cristo na Cruz. Nem um sol de Virgem sob véus. É sol de quem anda nu, de quem não anda, se esvai em luz pelas esquinas e becos. É sol de quem sabe o valor de levar o ouro na pele. É sol de quatro elementos. Do ar que traz cheiro da água do mar, é sol de pisar na areia, é sol, é pedra, mas é pedra de fogo. É sol de quem traz o quinto elemento e o sexto sentido. É sol que colore as praias, qual o quê, pra ficar olhando as saias. Ou a falta delas. É sol da barra do dia. Ou um sol de aquecer o tufão nos quadris. É sol de arder feito pimenta. Um sol de dendê fervente, queima porque é bom de queimar. É, o sol da Bahia é coisa de Deusa, meu rei.




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Retificado por: deusa menina, 09/01 às 10:36 h

Lilith

Minha foto
25 anos de sol em leão. queria voltar ao tempo em que era cool escrever letra de música no perfil / cozinha, escreve, pratica boxe e é jornalista nas horas vagas / acha que "transtornada" é um nome muito bacana para quem tem TDAH, eu tenho.