quinta-feira, 20 de agosto de 2009

s/ Olhos nos Olhos

Toda liberdade é gradeada, como há frigidez em qualquer prazer. Há também indiferença em sinceros votos de felicidade e distância na presença, ainda que se esteja 'dentro de' ou para além de dimensões materiais. Permeia meus absurdos hoje uma paz tão imensa, uma verdade tão gigante que momentos há em que contesto ora o sossego, ora a agonia. Os círculos que traço partem todos de um centro em comum e, não obstante, me vejo emersa em espirais intrincadas, em armengues de linhas curvas. Fui arrebatada por mil e vinte quatro palavras áridas e sós três - ditas por dizer, em voz de veludo - me açoitaram como chicotes brasis na carne exposta. As cicatrizes que levo como troféu, não as olho. São marcas indeléveis da dor que não sinto e seria por demais cruel que eu me pusesse a encará-las como a caçoar da minha coragem, dos meus cansaços, da minha paura. É insensato somatizar no peito o que só a alma encara, sendo que esta permanece perene enquanto o primeiro padece a pagar as contas de sentimentos frívolos. Há eternidades inteiras no que já não existe enquanto o que permanece atado ao que é vulgar não se desdobra em surpresa alguma. Isto é parte ainda do que afirmo sem alcançar entendimento algum, porque apenas a obediência se revela uma opção à loucura.

Um comentário:

L.A.G. disse...

Muito interessante e bonito! Parabéns pelo blog!

Passa no meu se puder!

http://palavrasdeumatardechuvosa.zip.net/

Lilith

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25 anos de sol em leão. queria voltar ao tempo em que era cool escrever letra de música no perfil / cozinha, escreve, pratica boxe e é jornalista nas horas vagas / acha que "transtornada" é um nome muito bacana para quem tem TDAH, eu tenho.