há o dia em que se arranha o disco; quando as músicas já não (me) tocam, as vozes são só ecos secos de (não) se ouvir e os parenteses se abrem sem fechar: abrem-se para a vastidão dos sentidos, pra imensidão do que se pode entender (ou não). e eu fico aqui tentando fazer sentido - cançando madrugadas figuradas, caminhando em busca de sonhos loucos, na contra-mão do que realizo. é a premissa do desespero, exercício do desapego. há o dia em que é só você e paredes brancas. e seus olhos fitarão por hora a natureza morta. até que morra enfim suas raízes à realidade, até que se eleve então sua fé cega, sua visão de raio x (vai saber). quanto a mim, sou um ser rasteiro e involuto. neológica, fato. mas sem criatividade pra novos discos. sem vontade também.
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