O destino cortou os laços com meu pulso firme e todas as coisas apenas saíram do meu controle. Assim, sem aviso. Deliciosamente sem aviso. Incipiente em minha própria vida, percebo uma textura nova em tudo que olho - e não via - há anos. Claro, sempre há o medo, o susto, a ânsia (e, honestamente, agradeço). Se ainda congelo diante de certas esquinas, é apenas porque arquitetei minhas ruas de modo que meus passos fossem fluidos e certos, e eu conhecia cada palmo de minhas plantas. Se meu peito ainda aperta em desconfiança e torpor a cada vida que brota pelos canteiros que passo, não é só pelos espinhos. Me rasgo inteira porque, eu sei, tudo há de vir e eu não sei como. Então me reservo o prazer de me lançar em trilhas sem fins expedicionários. Hoje eu decidi que quero ir vendo, sem catalogar pessoas, sem definir sentmentos, sem diferenciar rosas de baobás.
eu já não sei pra onde mesmo que vou,
mas vou até o fim.
{...}
mas vou até o fim.
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