certas coisas são como a última faixa a entrar num disco, aquela fotografia que não ia fazer parte do álbum, o vestido que você não cogitou usar naquela festa. há dias em que o despertador se desespera ao seu lado e você apenas adia o despertar; não há motivo algum pra estar de pé, não há banho que lave sua alma nua, não há razão pra ir a lugar algum. perpassam meus dias uma sensação estranha de que o botão de replay emperrou. sou uma aquarela em tela única. como os pontos de ligar onde, não importando a ordem, chegamos ao mesmo desenho. há nos meus dias uma força estranha que me move, que me ergue no terceiro badalar, lava minha alma a seco, me põe a caminhar por entre os carros e me traz de volta à cama, ao sono, aos sonhos. minha força tem fome de singles improváveis, de elogios indolentes e suspiros solenes.
eu vou na bubuia, eu vou.