sábado, 3 de outubro de 2009

{outro} Texto Submerso

Texto Submerso, o primogênito.

Há qualquer magia em voz e violão que me ergue além do chão que piso, fato. E, quando estou emersa no azul do céu, as palavras passam como uma brisa mansa - brincam com meus cabelos, fazem dançar minhas saias e eu não me preocupo em aprisioná-las. Nunca pretendi decodificar versos, metáforas, madrugadas líricas. Eu não sei realizar o que é fantástico. Porém ontem, quando eu me resguardava de certas canções, uma voltou a me bater. Dilacerando todas as minhas vãs certezas, tudo que eu arquitetei sobre estar além deste ou daquele amor. Ontem, ao som de guitarras destorcidas, meus pés voltaram ao chão e as palavras me enxarcaram pra dizer que sou eu um aquário. E, como um peixinho beta, você há de viver em mim sempre sozinho. Não há espaços para outros seres ou espelhos e, tendo eu todas as tuas cores, o que me faltará?


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Te amo.
Te amargo. Te amalgo. Te amarro.
Te alimento das coisas de mim.

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Lilith

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25 anos de sol em leão. queria voltar ao tempo em que era cool escrever letra de música no perfil / cozinha, escreve, pratica boxe e é jornalista nas horas vagas / acha que "transtornada" é um nome muito bacana para quem tem TDAH, eu tenho.