Eu viro pro lado e durmo. Já não rolo mais na cama, não amarroto lençóis, já não desforro o colchão, você me dá sono. O que antes me mantinha acordada, olhos postos nas constelações, hoje me cansa. Eu já não choro - não há desespero em vão - tão somente desligo as estrelas, abro os sonhos e durmo. É bem verdade o que dizem de mim, dos meus extremos e dos meus dramas, do meu mundo de ilusões. Mas de que vale passar tanto tempo, cabeça baixa catando penas ,se você as guarda numa caixa de papelão? Se você pretende enterrá-las bem embaixo do peito, me diz, de que vale catá-las? Viver é bom. Estes são nosso primeiros passos, que custa tocar o asfalto com o pé direito e fingir que são pedras amarelas? Não gosto do teu lado esquerdo, esse pote de tinta cinza em tuas mãos, teu complexo de pégaso preso ao arado, teu olhar quando ele me diz 'jura, Raisa' e esse tua nova obsessão pela realidade. Por isso eu fui embora, porque eu tenho asas. Te deixo a cópia de meus mapas e um par de asas bem grandes - teu corpo está pesado demais! E, entregando o alvo de todas as setas, eis o nosso destino, o roteiro, o 'x', o fim da estrada: vamos pra Babylon [?] ~ baby, baby, Babylon' Vê se não demora, não tem graça sem você. /Sem o Meu Você.
Q u e o C é u S e j a A q u i ∞