Há neste encontro um roteiro pronto, absurdamente distinto do habitual. Tua chegada, meu eu troféu, meio seu sem ser e a estampa esfinge como em nanquim no teu rosto. Bonito, ainda me surpreende tua desenvoltura, teu efeito palco, teu sorrir sob as luzes, teu olhar ensaiado, teu alvo novo. Rídiculo, me assusta a forma tal que meu ciúme assume, o corpo que reinvento pra te provocar, o cabelo outra vez solto, as pernas outra vez bambas, nuas, loucas e suas - uma outra vez como nunca antes. Minha figura cada vez mais próxima, mais viva, mas límpida, eu não me quis esconder. Permiti aos meus pés a dança em par, os quase-beijos, as meia dúzia de sorrisos e a minha língua - díscipula da tua - te convidava à vida, impossível aceitar. Era eu ou o presente de São Jorge. Era eu, meus nãos, minha meta-vida, ou a vida que se abria inteira. Era ela ou era eu, que é quase nada. Serão ainda muitas canções, serão metades, será você ao meio, será até sempre ou até quando se partir uma corda - outra vez, como nunca antes.
pra me deixar assim,
por que é que você veio?
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por que é que você veio?
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