segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Veraneio - prefácio


Certos versos precedem a percepção de qualquer presença e suprimem, em rimas, lacunas de outras estações. Eu era memória de um dezembro ainda não vivido, era frio de um inverno mornamente congelante, rodeada de um fogo que não esquentava, envolta em lençóis rasgados, eu sentia calor no Polo Norte, tudo em mim desafiava as leis metereológicas quando você chegou. Era maio e chovia. Minto, talvez fosse fevereiro, a lua talvez encadeasse um céu salpicado de estrelas, o sol tavez tivesse estado muito quente durante o dia, eu não sei. Todos os meus sensores de temperatura estavam, como em ligação direta, plugados a uma fonte fria. Eu fiz que não te via. Há um código de ética, por assim dizer, em vidas que andam juntas: perguntas são raras, ligações também, perdões são necessários, fidelidade é esperada. Eu não te esperava chegar. Diria não a mil homens, mil línguas, zilhões de convites. Mas já era maio e {eu} chovia quando você pôde revelar-se. Era água fresca e eu já tinha corrido léguas, era acalanto com essa voz macia e suas rimas bobas. Eu desfilava uma aliança invisivel e meu corpo sem portas precisava de um homem-muro. Você foi interrogação pros meus dogmas, minha revolução eucaristica, o vislumbre dos defeitos do meu amor perfeito, a compravação da nulidez do que é eterno mas não funciona no dia-a-dia. Eu te esperava chegar por todo o inverno pra trazer calor e fresca. Tua língua treinada me convidava à vida, ninguém além de mim poderia recusar, ou entender.

ao Meio: desculpa. Mais uma vez eu te digo que você foi consequencia e não causa, que você faz parte do mundo e não do amor. Mas você me fez feliz e leve, e por isso eu só agradeço
à fonte: te perdôo por te trair.

Lilith

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25 anos de sol em leão. queria voltar ao tempo em que era cool escrever letra de música no perfil / cozinha, escreve, pratica boxe e é jornalista nas horas vagas / acha que "transtornada" é um nome muito bacana para quem tem TDAH, eu tenho.