segunda-feira, 23 de novembro de 2009

regra três

Escombros de vida, a poeira à cima do chão, cacos e mais cacos. Incrível como nos vi ali no entulho de sua casa demolida. Fomos lar de toda sorte. Nossas paredes coloridas, a cama de casal, os bancos da varanda, os corredores, a saleta da TV e o meu sorriso. No nosso quintal brotava uma orquídea rara e logo crianças e cachorros correriam pela grama. Uma verdade falsa como casas pré-fabricadas em papelão. A culpa vã, o vento leste, a chuva de verão, um rabo de saia e lá se vai parede, cama, quarto, sala, filhos, sorriso. Lá se vai a minha aposta! Uma oca, um iglu, um colchão de água, uma cabaninha de acampar, uma casa de madeira sobre as árvores - tudo é mais sólido que nosso lar de concreto. Eu quis rir do teu lar desfeito como gargalho de não mais lembrar você.

tem sempre o dia em que a casa cai
pois vai curtir teu deserto, vai.




3 comentários:

Daniella Souza disse...

Tem mais é que gargalhar mesmo, tanto do lar desfeito quanto do fato de não lembrar mais ele.
Acho muito digna a música de fim, pois que vá curtir o deserto que ele mesmo quis.^^

Te amo, irmã!

Amanda Silveira disse...

tantas você fez que ela cansou ... puq você, rapaz, abusou da regra três?

Raisa Bastos y Rodrigues disse...

exatamente.

Lilith

Minha foto
25 anos de sol em leão. queria voltar ao tempo em que era cool escrever letra de música no perfil / cozinha, escreve, pratica boxe e é jornalista nas horas vagas / acha que "transtornada" é um nome muito bacana para quem tem TDAH, eu tenho.