Estão de volta o sol e aquelas canções. A pele retoma o seu tom, ouro. E a boca torna a experimentar ora o sal, ora o doce. A vida inteira, como se encenando dois atos em interminável justaposição, vagueia entre a leve brisa e rajadas de um vento sul. Tudo agora é quente, ignoramos a existência de corações que formam um belo par com uma boa dose de uísque. Digo mais: tudo agora é coração. Palpites, disritmias, acelerações, sopros, tudo ainda pulsa, e o corpo – involuntariamente – se entrega à sorte; às vontades, aos sabores, aos prazeres, às delícias. Todas as coisas ganham cores, vibram, latejam, sorriem e as palavras se encaixam num sabe-se lá o que das danças caribenhas. Porque estão de volta o sol e aquelas canções.
e que tudo mais vá pro inferno.
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