Um segundo passou e não volta. Cada milésimo é único, isto é inevitável. E o que eu disse se perdeu no vão das coisas que não voltam. No buraco negro do passado. Naquela terceira dimensão que nunca alcançaremos. Não que me agrade o efêmero, mas me assusta o estático. Um dia alguém disse que 'preferia ser uma metamorfose ambulante'. Quem? Já não importa, faz tanto tempo mesmo ...'
Me foge à memória qual era, enfim, a circunstância, a motivação, o que é que passava tão rápido ao ponto de me assustar e brindar o que em mim celebra o movimento, a falta de rotina. Me foge também de qual boca essa frase fugiu pra vir bater em mim. Me assusta que, sendo o tempo tão [eterno e/porém] rápido, este texto se mantenha atual. Não me agrada a anacrônia crônica. Não me agradam as rupturas e o vento mecânico libertando os fios do meu cabelo. Dia desses eu não saí por causa do frio, hoje o tempo mudou... e eu não boto o pé na rua, não desligo o ventilador. O que? Já não importa, e que se dane mesmo o tempo... o tempo todo.
Me foge à memória qual era, enfim, a circunstância, a motivação, o que é que passava tão rápido ao ponto de me assustar e brindar o que em mim celebra o movimento, a falta de rotina. Me foge também de qual boca essa frase fugiu pra vir bater em mim. Me assusta que, sendo o tempo tão [eterno e/porém] rápido, este texto se mantenha atual. Não me agrada a anacrônia crônica. Não me agradam as rupturas e o vento mecânico libertando os fios do meu cabelo. Dia desses eu não saí por causa do frio, hoje o tempo mudou... e eu não boto o pé na rua, não desligo o ventilador. O que? Já não importa, e que se dane mesmo o tempo... o tempo todo.
Raisa Andrade, 2006.