terça-feira, 16 de março de 2010

nota,

meu corpo é vertical logo cedo, enquanto a alma segue deitada pelos bancos dos ônibus, dos carros, pelos caminhos que faço a pé. em pé só fico quando o sol esquenta, e compenso com movimentos de quadris o que eu não movo nem em pensamento. e isto eu faço rindo, porque o cenário carece na graça o que exubera em cores. aliás, tenho rido de todo esse quadrado, esse roteiro, essa rotina. tudo é fotografar e fazer bico. tudo é bacana demais, concreto demais, perfeito demais. e eu gosto. tenho medo apenas desses semideuses, quero um homem que use crase antes de substantivos masculinos e erre meu nome uma vez por mês. eu quero saber que não sou única. assim me sinto menos culpada das minhas vírgulas fora de hora, dos meus vacilos descabidos e de todos os outros a quem o comparo. quando eu tiver tempo pra comparações, é claro. porque eu já não tenho tempo nem asas. e, sinceramente, muito tem me agradado essa coisa toda de pisar descalça o asfalto quente.

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Um comentário:

Raisa Bastos y Rodrigues disse...

{...}Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza'

Lilith

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25 anos de sol em leão. queria voltar ao tempo em que era cool escrever letra de música no perfil / cozinha, escreve, pratica boxe e é jornalista nas horas vagas / acha que "transtornada" é um nome muito bacana para quem tem TDAH, eu tenho.