quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

guizo de número quatro: Atrás da Porta (2)

já despontava a primeira estrela quando eu escancarei os portões. meus dedos na maçaneta como num gatilho, como quem abre em pandora o próprio peito. era eu minúscula, peso de papel na portinhola, como pássaro que abre a gaiola pro gato entrar. era, num delírio a seco, meu punho cerrado descendo num rosto vazio o mesmo peso dos blocos que se deprendiam no castelo às minhas costas. a fumaça do meu delírio - agora em brasa - ascendia apagando a primeira estrela com uma última. como quem cresce nas roupas que já não lhe cabia, como quem deixa voar os mapas, como quem guarda de volta em si as dores do mundo, como quem se esconde pássaro em estomago felino e se fecha num castelo pronto a desabar.


2 comentários:

Raisa Bastos y Rodrigues disse...

aquela semelhança com subtítulos anteriores é mera coincidencia. infeliz coincidencia.

Daniella Souza disse...

Sei como vc se sentiu, vi todos esses sentimentos passando pelo seu rosto em alguns segundos.
Mas vc tem q ser o gato e não o contrário.
E quando suas forças acabarem, use das minhas!!!

Te amo!

Lilith

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25 anos de sol em leão. queria voltar ao tempo em que era cool escrever letra de música no perfil / cozinha, escreve, pratica boxe e é jornalista nas horas vagas / acha que "transtornada" é um nome muito bacana para quem tem TDAH, eu tenho.