paro em pares de olhos que passam nos meus. colo em corpos celestes o brilho que colho dos pares de olhos que param os meus. param meus olhos e corpo os pares de pernas que ainda se movem enquanto eu me recolho. reuno em movimento e brilho as pernas que se fazem mãos, as mãos que se movem bocas e as bocas que se abrem peitos se meu próprio peito recolhe inteiros o que eu experimento partes. parte de mim meu par de olhos, orbita o movimento e brilho de outros corpos. não habitam a minha boca os meus olhos, não habita em minhas mãos o meu peito. espreito, espero, desligo desejos. deslizo desejos. desejo pares de olhos, passos de pernas, posse de corpos, passes de mágica. magia de peito é fazer de parte, um inteiro. amalgama de parte não é inteiro, é parte. mal de alma é ser tudo. sorte do meu peito é caber um mundo. sorte do mundo é que eu não caibo em mim. cabe num ser imenso quase
tudo, exceto o vazio