os dias que eu me vejo só
são dias que eu me encontro mais
e mesmo assim eu sei tambémsão dias que eu me encontro mais
eu fugia do dia em que repetir frases, entoar versos, me arrepiar em refrões já não me soasse amor. e sofrer demais seria ônus - nem regra ou brinde. e eu teria como razão o que até então era só sentir, só beleza, só febre. talvez aí eu queimasse menos em tua chama e evitasse patinar em teu gelo fino, afundar em tuas águas rasas e mornas (porque há distância entre intenção e gesto). eu andaria quilômetros, eu não sairia do lugar, nada em teu propósito. tudo por mim. quem sabe isso seja necessário, bacana, útil, doloroso. quem sabe seja pra já. eu sei que há dias em quero te entender, noutros te esqueço, o sono vem fácil; há dias em que eu rolo, desforro a cama, amarroto os lençóis; hoje eu quero tirar o que li da cabeça, o teu gosto da boca (o que ainda houver disso), limpar a pele, lavar os pés e dormir.
que existe alguém pra me libertar.
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desisti de pensar assim, mas não desisto do que escrevo.
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